segunda-feira, maio 01, 2017

Segunda, 1 de Maio.
A Governo do Mágico teve uma visão: se der tolerância de ponto no dia 12 quando o Papa Francisco chega em missão pastoral à Cova de Iria, acrescento mais uns pontos à possibilidade de alcançar a maioria nas próximas eleições. Já não cabe mais ninguém em Fátima, os hotéis, apesar dos preços exorbitantes, estão esgotados, o Estado é laico, a maioria dos socialistas ateus ou agnósticos, alguns há muito que enveredaram pela apostasia, mas isso nada interessa para a ambição do poder e de se verem livres daquelas cabeças de coco que são os comunistas. 

         - Outro dia, fui como gosto de ir, de barco para Lisboa. No catamarã existe um pequeno bar e naquele dia estava a servir a clientela, uma mulher de meia idade viva como a sardinha. Ali toda a gente se conhece. A dada altura diz a empregada para a cliente: “Eu saio de casa sempre satisfeita, mas chego aqui só de ver estas mulheres mal dispostas dá-me vontade de fugir. Que culpa tenho eu! Que troquem de marido se ele não dá o que elas querem!” Em meia dúzia de palavras ela expôs magistralmente toda a lengalenga matrimonial que se esconde dentro de portas da grossa maioria dos felizes casais.

         - Uma palavra, já agora, para os transportes. A Carris depois de ter passado para as mãos da Câmara de Lisboa, está uma desgraçada. O povo tinha razão quando desconfiou do negócio. Não tarda, limpa de dívidas, a Carris volta a ser vendida aos privados. É esta a táctica dos socialistas por todo o lado. A França, por exemplo, está cheia de negociatas deste calibre. A Transtejo nunca a conheci tão miserável. Os barcos são um desastre, madraços. Os horários cada vez mais espaçosos, as bilheteiras têm apenas uma funcionária, as filas, ao frio, são imensas. Os passageiros são carga como qualquer outra. Isto porque os nossos aristocratas governantes, acham humilhante viajar em transportes públicos. São tão pirosos como isso e daí não saberem o que se passa por toda a área da capital.

         - A Papa, corajoso, esteve no Egipto. Deslocou-se num carro vulgar, encorajou os coptas que tinham sido alvo do Daesh, e partiu deixando estas palavras: “O único fanatismo permitido por Deus é o da caridade.”


         - Amontoam-se os mortos nas ruas de Caracas. Dizem os comunistas que aquilo é mão dos americanos que querem entrar a qualquer preço. Talvez. Seja como for, aquilo não é país que se recomende. E muito menos Nicolás Maduro que parece não ter a mínima sensibilidade para lidar com os conflitos que são permanentes.