Segunda, 15.
Ontem,
domingo, dia autorizado por mim próprio a um almoço copioso. Comprei um dia
deste no Corte Inglês meia dúzia de codornizes. Sábado fiz uma excelente
marinada com toda a sorte de legumes onde mergulhei os bichos. Hoje fiz a
massa, forrei uma travessa com ela, desfiei as aves da véspera e levei tudo ao forno.
Este pitéu que estava excelente, foi regado com um tinto Bacalhoa de 2015.
Depois, sendo o dia do Senhor, tive direito a duas qualidades de queijo francês
(entenda-se duas finas tranches) e a uma tarte de maçã que confeccionei e ficou
saborosa. Terminei com uma laranja colhida da árvore e um nespresso. Fiquei que
nem o abade de Cinfães!
- Tudo se foi no trabalho que se
seguiu. Durante hora e meia, com a máquina de pressão, concluí a limpeza da
tijoleira em volta da piscina. Um duche repôs as energias, o olhar fez o resto.
De facto, admirando a beleza original das tijoleiras feitas à mão e secas ao
sol pelo Fortuna, experimentei a mesma sensação feliz de quando o Francisco as colocou
e a sua cor deu requinte ao conjunto.
- Nostalgia dos meus passeios
solitários por Saint-Germain-des-Prés nos fins de tarde pluviosos!
- Para que não se diga que estou
sempre do contra, realço a elegância, o porte, a sobriedade de António Costa e
dos seus ministros ateus e até agnósticos nas cerimónias de Fátima. O vendedor
de afectos esteve pior, quero dizer, demasiado exibido.
- Portugal e vários países europeus
incluindo a Rússia e os asiáticos, foi alvo de ataque cibernético. Esta é mais
uma arma de desestabilização do mundo para fazê-lo vergar aos interesses e
ganâncias de uns quantos. Uma moeda virtual que corre apenas na internet e não
é fácil ser interceptada, permite mais esta forma de enriquecimento ou roubo.
Os criminosos estão-se nas tintas para os hospitais que deixam de funcionar, as
instituições que paralisam, a vida das pessoas que fica suspensa. Maravilhoso
mundo global este!
- “O mundo deve todos os seus
progressos aos homens desgraçados. Os felizes confinam-se, inevitavelmente,
dentro dos antigos limites.” Nathaniel Hawthorne, A Casa das Sete Empenas, pág. 354, Portugália Editora.