segunda-feira, maio 15, 2017

Segunda, 15.
Ontem, domingo, dia autorizado por mim próprio a um almoço copioso. Comprei um dia deste no Corte Inglês meia dúzia de codornizes. Sábado fiz uma excelente marinada com toda a sorte de legumes onde mergulhei os bichos. Hoje fiz a massa, forrei uma travessa com ela, desfiei as aves da véspera e levei tudo ao forno. Este pitéu que estava excelente, foi regado com um tinto Bacalhoa de 2015. Depois, sendo o dia do Senhor, tive direito a duas qualidades de queijo francês (entenda-se duas finas tranches) e a uma tarte de maçã que confeccionei e ficou saborosa. Terminei com uma laranja colhida da árvore e um nespresso. Fiquei que nem o abade de Cinfães!

         - Tudo se foi no trabalho que se seguiu. Durante hora e meia, com a máquina de pressão, concluí a limpeza da tijoleira em volta da piscina. Um duche repôs as energias, o olhar fez o resto. De facto, admirando a beleza original das tijoleiras feitas à mão e secas ao sol pelo Fortuna, experimentei a mesma sensação feliz de quando o Francisco as colocou e a sua cor deu requinte ao conjunto.   

         - Nostalgia dos meus passeios solitários por Saint-Germain-des-Prés nos fins de tarde pluviosos!

         - Para que não se diga que estou sempre do contra, realço a elegância, o porte, a sobriedade de António Costa e dos seus ministros ateus e até agnósticos nas cerimónias de Fátima. O vendedor de afectos esteve pior, quero dizer, demasiado exibido.

         - Portugal e vários países europeus incluindo a Rússia e os asiáticos, foi alvo de ataque cibernético. Esta é mais uma arma de desestabilização do mundo para fazê-lo vergar aos interesses e ganâncias de uns quantos. Uma moeda virtual que corre apenas na internet e não é fácil ser interceptada, permite mais esta forma de enriquecimento ou roubo. Os criminosos estão-se nas tintas para os hospitais que deixam de funcionar, as instituições que paralisam, a vida das pessoas que fica suspensa. Maravilhoso mundo global este!


         - “O mundo deve todos os seus progressos aos homens desgraçados. Os felizes confinam-se, inevitavelmente, dentro dos antigos limites.” Nathaniel Hawthorne, A Casa das Sete Empenas, pág. 354, Portugália Editora.