segunda-feira, março 11, 2024

Segunda, 11.

Acabou-se a gritaria? Será? Bom por agora apenas baixou de tom. O Chega foi o grande ganhador, tendo mais do que duplicado os deputados com os seus 18,1%, tudo graças a António Costa e à estratégia que traçou para o eliminar, e ainda à desordem, arrogância e incompetência que imperou no seu reinado. Não consigo perceber por muito que pense, como é possível que os seus partidários e os que votaram no seu sucessor, não vejam o que se passou no país em oito anos e sobretudo nos dois últimos com maioria. Na minha pequena cabeça não encaixa uma tal monstruosidade. Dito isto, a vitória da AD não foi brilhante com apenas dois deputados a mais do que o PS, traduzidos em 29,5% contra 28,7% dos socialistas. Estão iguais, mas como os primeiros têm mais deputados, são os que irão governar se a Marcelo não lhe der o amoque. Dos pequenotes em enfiada, só o Livre subiu não se percebe porquê. Melhor fora que ele, o BE, e toda a dita esquerda desaparecessem ou se juntassem ao PCP que é o único que se percebe ao que vem e fá-lo com seriedade e competência. Nunca entendi o que os separa, nem porque os chamam (ou se invocam eles) de esquerda, como não dou por válida a ideia que o PS é de esquerda e viu-se nas políticas de direita que aplicou, que não passa de partido social-democrata. 

Toda a gente pergunta, dado o peso de Ventura e o facto de Luís Montenegro não se querer juntar a ele, o que vai acontecer? Eu penso que não se pode pôr o Chega de lado, embora pense também que se já estivéssemos mais avançados na prática democrática, fosse a AD junta ou combinada com o PS, que devia governar. Mas, não podendo dispensar (e não seria justo se o fizessem) o Chega, eu avento uma hipótese: que Marcelo peça ao seu partido que nomeie outro primeiro-ministro embora mantendo Montenegro na chefia do PSD. Desse modo, o líder do PSD mantém a palavra dada de não querer coligar-se com o Chega e o novo primeiro-ministro do partido poderá ligar-se ou acertar medidas de governação com a dita extrema-direita. Como não ouvi ninguém falar desta ideia, aqui a deixo para os entendidos e comentadores políticos que são mais do que as mães e pensam todos pela mesma cabeça.