quarta-feira, março 13, 2024

Quarta, 13.

Esta esquerda que somada não têm mais de 11% (como sabem eu considero o PS um partido social-democrata), e, todavia, o ruído é tanto que me surpreende os defensores do clima não os afrontarem como poluidores do Planeta. A ela juntam-se os senhores jornalistas que adoram quem mais barulho faz e como não são independentes, escrevem o que lhes vem à cabeça vazia. Um exemplo dos últimos dias. Espera-se pelos votos da emigração, mas ela diz que quem os aguarda é o PS como se tivesse a certeza que eles vão inteirinhos para o desastre António Costa-Vasco Gonçalves. Os que infelizmente nos deixaram, fizeram-no também por não encontrarem ordem e trabalho nos derradeiros oito anos. Que o digam enfermeiros e médicos, por exemplo. Mas para este estouvado e inculto jornalismo, só o PS tem direito a acumular mais uns pozinhos ao requentado repasto do governo Costa. A maior incógnita democrática actual, imputa-se directamente ao ex-primeiro-ministro: foi incompetente, laxista, falou demais e trabalhou de menos, criou governos sem consistência, fez leis que dois dias depois eram alteradas, prometeu e falhou, distribuiu esmolas com nomes nobres para atrair os velhos, coitados, no limite da miséria, impôs aos pobres obrigações que a direita não seria capaz de impor (exemplo o imposto automóvel), desorganizou o país permitindo que sindicatos proliferassem e as pessoas fossem abandonadas à sua sorte (exemplo: transportes públicos, médicos e enfermeiros, polícias e militares), foi arrogante, mentiroso, propagandista, fez da maioria que os portugueses ingénuos lhe ofereceram um meio de se coroar rei e senhor disto tudo. E não esqueço o conluio de Marcelo com o seu protegido “inteligente”. Vou convidar uma vez mais António Barreto a entrar: “Governo e PS perderam oportunidades. Perderam apoios. Perderam maioria que não corria riscos. Perderam cumplicidade com o Presidente e outras instituições. Desperdiçaram tempos e dinheiro, fundos europeus e reputação... Até paz social desperdiçaram. O Governo e o PS mostraram incompetência, desleixo, medo, presunção e arrogância... (Atenção as reticências não são minhas!)

         - Da chamada esquerda, eu não sei o que é nem quem é. Conheço o PCP e vejo que um dia deste desaparece do mapa; os outros são grupos de sabichões do marxismo-leninismo, aprendido à pressa, declamado entre amigos. A viúva do BE, apesar da derrota, já está de bandeira erguida contra a direita e a tentar obrigar o povo português a segui-la e aos outros grupelhos, impondo a disponibilidade de novas eleições que nos custam milhões. Esta gente vive obcecada pelo poder, pela grandeza, pela ideia de serem os guardiães da democracia, mas não a respeitam naquilo que ela tem de mais importante e sagrado – a escolha dos governantes. Vou citar um homem que admiro, Francisco Mendes da Silva: (...) bem ou mal, a divisão rígida entre esquerda e direita, é um anacronismo no qual encaixa cada vez menos o sentimento popular”. Todos vêem esta evidência, só esta malta extremista, de talas nos olhos, obscurantista e retrógrada, é que não vê um palmo à frente do nariz. O PCP, cujo actual secretário-geral aprecio e estimo (prefiro-o mil vezes ao sapateiro), no seu alinhamento ridículo e faccioso com Putin, está “orgulhosamente só” como dizia aquele que eles combateram e nós agradecemos. A República no tempo dos romanos, tinha duas classes superiores: a dos senadores e a dos cavaleiros, era exigida concórdia e sobretudo consensos omnium bonoru - é o que recomendo nesta fase da nossa vida colectiva. 

         - “Caso Boaventura. Hierarquia do CES “propiciou” assédio e abuso de poder, conclui comissão independente. Uma “hierarquia piramidal” e uma cultura de informalidade propiciaram “situações de conflito de interesses, de assédio e de abuso de poder”, concluiu a comissão independente nomeada pelo Centro de Estudos Sociais (CES) para averiguar as denúncias de assédio sexual e moral na instituição que, durante anos, foi dirigida pelo sociólogo Boaventura de Sousa Santos, contra quem foram dirigidas as principais denúncias." Esta notícia é do Público de hoje e vem provar que os camaradas são tão  moralmente activos como a direita de qualquer André Ventura. 

         - Dia majestoso distribuído deste modo: De manhã fiz um prato sólido para arquivo, passei para o meu caderno uma meia-dúzia de receitas; depois do almoço mergulhei em Marco Cícero e de seguida fui acabar de roçar a erva em frente à casa. Claro está que não pus o nariz fora do portão.