quarta-feira, março 20, 2024

Quarta, 20.

A lengalenga desta malta burguesa das ditas esquerdas, sempre se fez de propaganda barata. A queque que a viúva propôs ao Parlamento Europeu, diz que a esquerda tem de renovar acções para manter e desenvolver a democracia, acrescentando: “e banir a extrema-direita”. Em democracia haja alguém que recorde à afortunada senhora (se o seu minúsculo partido a conseguir eleger), cabem todas as tendências sociais e políticas e aquilo a que ela chama de extrema-direita depende muito do ponto de vista em que nos situamos. Exemplos são aos milhares. Portanto, o mais correcto seria combater dentro dos parlamentos a extrema-direita e também a extrema-esquerda que nunca é nomeada. As esquerdas têm feito um trabalho tão notável, que por todo o lado o povo reaccionário as suprime sucessivamente de eleição em eleição. Está tudo farto destes feirantes - bem entendido o povo reacionário e de extrema-direita que está em maioria por essa Europa fora. Da proximidade duma guerra, submersos no ódio entre esquerda e direita, ninguém alertou o povo português para o desastre colectivo que será a entrada do exército russo nas fronteiras da Europa e consequente empobrecimento e morte que todas as guerras deixam assinalado com sangue e sofrimento a existência humana. Não há grandeza, visão ampla, sentido de Estado nesta geração de pessoas pequeninas, com ambições pessoais, grandezas fátuas, francamente medíocres, cheias da vaidade de mulher a dias à antiga portuguesa.   

Mas o próprio Parlamento Europeu é um desastre, os povos que o formam estão desligados dele, os eurodeputados são príncipes bem pagos para fazer o jogo das ideologias que cada um interpreta à sua maneira, e até quando a guerra está à sua porta, aquela multidão de “representantes do povo”, vive como se a desgraça só dissesse respeito ao egoísmo de cada país ali representado. 

         - Ultimamente, mercê do alerta de Emmanuel Macron, Bruxelas surpreendeu-se: “Como assim uma guerra!” Vai daí nasceu uma proposta que “pretende ultrapassar os constrangimentos dos tratados e a relutância dos Estados-membros em ceder a Bruxelas a iniciativa em matérias militares”. Como se percebe a dita união é sólida. Thierry Breton e Josep Borrrell acalmaram as hostes, afirmando que o plano por eles enunciado, não é para a Comissão adquirir armamento, até porque – pelo menos até aqui – essa matéria pertence a cada país e os negócios são importantes não tenhamos dúvida nesse sector. Tiveram os dois senhores de os serenar reafirmando que cada país continua a deter decisões exclusivas em matéria de defesa. Como se a hipótese de uma guerra na Europa fosse remota ou uma invenção dos americanos que sempre adoram fazer guerras, os trauliteiros eurodeputados quiseram assegurar-se e os dois dirigentes explicaram: “Não muda nada. O comprador continua a ser o utilizador, ou seja, no caso da indústria de defesa, os governos e os Estados.” Houve um arroto monumental no hemiciclo, a satisfação nos rostos anafados era mais que muita. Putin podes prosseguir que daqui ninguém te faz frente. Zelensky, digo-te eu, não confies nesta gente. Estão demasiado gordos, instalados, resignados à felicidade de ganharem um milhão ao fim dos 5 anos afundados nos sofás, em Bruxelas. E, francamente, cinco anos passam a correr. Depois vem a reforma dourada, gargalhando do povo que enganaram e mais uns milhares do contributo da corrupção para a sua alegre velhice. Os filhinhos queridos adotam o seu exemplo. Portugal será sempre um paraíso para este género de políticos. 

         - Aqui vai mais um exemplo do que acabo de afirmar. O país conheceu mais um cambalacho montado por um homem sorridente, grande de corpo, amável, cobrindo o mundo político e dos negócios, a quem tratava por camaradas e amigos, sedutor como a moda que todos os anos se renova em cor, trejeitos, fascínio e esbanjamento, passou pela televisão, foi até vice-presidente duma associação de jovens empresário, maltratava as pessoas para ganhar originalidade: Manuel Serrão. Ele e mais um dito jornalista da TVi Júlio Magalhães, são suspeitos de terem avançado com candidaturas a fundos da UE, despesas fictícias e inflacionadas, num monumental esquema que lhes terá rendido uns 50 milhões de euros. A dimensão da corrupção é tal, que se estende por todo o país e 300 inspectores da Judiciária estão recrutados para apurar os factos. Isto não é um país, é um covil de ladroagem. Roubam os governantes, os empresários, os deputados, os partidos (à excepção do PCP), os gestores, os sindicatos, os autarcas, os padres e passo que a lista vai longa.