quinta-feira, março 28, 2024

Quinta, 28.

Com um Fariseu e um Judas de cada lado, não sei quanto tempo durará o Governo de Luís Montenegro. Agora do que eu sei, é que aprecio a forma discreta e pouco dado à ribalta da sua maneira de ser. É séria, competente e respeitadora de quem prefere a acção ao reclame permanente pelas auto-estradas da Internet e à sarna dos jornalistas que por cobardia e falta de cultura democrática e independência, estão sempre do lado das esquerdas.  

         - A França depois de ter entrado em “economia de guerra”, anunciou há três dias o “estado de alerta”. Macron, depois de ter andado de braço dado com o assassino Putin, percebeu, enfim, quem ele é e o que pretende o ditador russo. Parece ser o único numa União Europeia de funcionários, que arrastam o rabo pelas cadeiras estofadas e cómodas das suas reformas douradas. Razão tinha Salazar quando lhe pediram para substituir as cadeiras de madeira onde os funcionários públicos se sentavam, retorquiu: “Deixem-se disso, assim não adormecem.” 

         - Tarde tranquila de trabalho. Em frente à lareira acesa, sentado no sofá do salão, momentos eternos de serenidade e paz. Apenas o vento doido cortou a quietude que aqui se instalou há muitos séculos e aqui reside para felicidade daqueles que escolheram este refúgio para viver. Como se quisesse ver o tempo correr à volta de mim, peguei em inúmeros livros para espreitar uma página neste, ler meia dúzia noutro, reflectir naquele, avançar vinte outras no “romance” de Frederico Pedreira... Depois retornou o silêncio, o vento debandou, a chuva parou, a terra ficou submersa da estrondosa chegada do meu admirável companheiro que cresceu em altura e comprimento. Silêncio pede o silêncio ao silêncio.  

         - A riqueza é o deus dos tempos modernos. Essa obsessão por ter e haver, desgraça a vida de todos os novos-ricos que obtiveram fortuna rápida – ficam  queimados e desvairados, convencidos de que se transformaram no deus todo poderoso que pode virar o mundo do avesso. Sobretudo estes jovens talentosos, que manobram as novas tecnologias como feiticeiros, e assim enriquecem de um dia para o outro, e de súbito, quando anjos e arcanjos os seguravam nos fios translúcidos da ambição e do orgulho, eis que, como água corrente, tudo o que alcançaram esvai-se com o mar imenso das suas ganâncias. É o caso de Sam Bankman-Fried, agora condenado a 25 anos de prisão, por haver cometido vários crimes – fraudes, lavagem de dinheiro, desvios de fundos - que levaram ao colapso da FTX – uma plataforma de criptomoedas.