segunda-feira, outubro 09, 2023

Segunda, 9.

Fortes sismos de magnitude 6,3 abalaram o Afeganistão causando pelo menos 2000 mortos e mais de 9000 feridos anteontem. O governo taliban, pediu ajuda internacional para acudir a mais uma tremenda desgraça. Quem o ajudará? Quem esquecerá o regime que tomou de assalto o poder depois do vergonhoso abandono americano do país e numa altura em que o mundo parece  só ter interesse em se barricar com toda a espécie de armas? 

         - Moral da história: quem com ferros mata, com ferros morre. Este axioma aplica-se inteiramente a Israel que viu pela primeira vez os vizinhos palestinianos invadirem-lhe o território. E fizeram-no ao modo americano com acção concertada de centenas rockets e por mar e pela fronteira sul. Até ao momento são já para cima de um milhar de mortos e as investidas do HAMAS ainda prosseguem. Não sou a favor de nenhuma guerra, porque sei que todas trazem sofrimento e morte e são injustas. Mas sempre questionei a situação humilhante dos dois milhões de cidadãos que vivem na Faixa de Gaza, praticamente reféns dos israelitas. A dita Comunidade Internacional, desde 1948 e até mesmo antes, em 1917, sabia que aquilo era uma bomba ao retardador e nada tem feito para harmonizar a situação. Muita conversa, muita promessa, muito cinismo e cobardia e o resultado foi e será sempre aquela sinistra prisão exposta ao poderio bélico do vizinho Israel. A humilhação resulta tarde ou cedo na explosão do ódio e por fim da morte. Evidentemente, penso que esta acção original e única na história da zona, foi possível porque o primeiro-ministro tem levado a cabo uma política de concentração do poder, onde vale tudo até a anulação de leis em favor de outras ao modo arrogante e déspota  do senhor Netanyahu. Ele vai perder as próximas eleições porque descredibilizou o famoso sistema de segurança do país que todo o mundo julgava inviolável. Nem ele nem os EUA que está em sintonia informativa com o Estado israelita, deram pela original e violenta guerra que uns dizem ser apoiada pelo Irão. 

         - Para aligeirar este resumo de dia, cada vez menos interessante de reter, voltemo-nos para o nosso infeliz país. De onde em onde, há um cérebro que brota lúcido da crosta seca da status quo, e sai-se com este discurso absolutamente extasiante: "É evidente que estou feliz com essa notícia (referia-se ao Mundial de Futebol 2030), nós somos um país de amantes de futebol, vai ter um impacto na economia (aqui eu duvido), mas se quer que lhe diga temos que fazer muito mais trabalho, porque não é o futebol que nos vai salvar." António Costa Silva, quando falava aos jornalistas à margem do Sustainable Blue Economy Investment Forum. (Desculpem. Como somos internacionais, temos que o mostrar escrevendo e falando em inglês.) 

         - Eu nem de tudo gosto na coerência da juventude de hoje. Mas tenho seguido com a atenção as acções a favor do Planeta que ela tem levado a cabo sobre as grandes empresas poluentes. Daquela vez em que os jovens bloquearam uma entrada em Lisboa, ficou-me na mente a imagem daquele condutor de longo curso que tratou os rapazes e raparigas como se fossem delinquentes, arrastando-os e atirando-os para a berma da estrada. O energúmeno não deve saber em que mundo vive. 

         - Ana Boavida! Ana Boavida! Esmagas-me, sufocas-me, dás-me felicidade!