quarta-feira, junho 14, 2023

Quarta, 14.

O multimilionário a quem não foi suficiente a fortuna e procurou na política o que a riqueza não lhe pôde dar, de seu nome Silvio Berlusconi, faleceu anteontem aos 86 anos. Muita tinta sobre o homem, mas quem pôs sobre a poeira de tudo o que se escreveu e ouviu o mais acertado epitáfio, foi Jorge Almeida Fernandes, ao escrever: “Gostava de estar sempre no palco, mas governar aborrecia-o. A herança governamental é um imenso vazio.” 

         - Ainda não abrandou a discussão sobre os cartazes que mostraram António Costa com focinho dum porco e foram exibidos por alguns professores nas comemorações do Dia de Portugal, em Peso da Régua. O visado diz que os cartazes são racistas e eu compreendo o que ele quer dizer. Seja como for, quem sai sujo desta lamentável comédia, são os professores enquanto classe, embora só uns poucos estejam envolvidos na cena canalha. Marcelo, mais uma vez, marcou a diferença. Também a sua imagem estava maltratada pelos mesmos professores, mas ele não se indignou dizendo que só o ofende quem ele deixa e não quem quer. 

         - O moribundo presidente da Bielorrússia, veio a terreiro fazer uma ameaça que devemos levar muito a sério: se se sentir atacado, não hesitará em utilizar a arma nuclear. Parece que os oposicionistas internos, querem tomar o poder antes da chegada do armamento nuclear estratégico porque, acham e bem, então ficarão sob o jugo absoluto de Putin.  

         - Calor q.b. De manhã andei a capinar com um sacho, li uma hora e trabalhei outra no romance. De seguida fui fazer trinta e tal minutos de natação. Ninguém a estorvar-me e, nessas condições, pude ficar um pouco mais tempo. Este sol ainda não queima ou antes talvez abrase, mas como desce do céu limpo, brilhante, saudável, recebo-o com gratidão e exponho-me com jovialidade. Ele vem trazer-nos aquilo que este desgraçado país não nos dá – o conforto quedo de nos sentirmos sossegados e felizes. Voltei a montar o Estio lá fora: almofadas, colchões, cadeiras, chapéus de sol. Levei para a biblioteca de cima uma trintena de livros que comprei entre Paris e a Feira de Lisboa. E o tempo para ler tudo isto, onde posso eu comprá-lo?