quinta-feira, março 02, 2023

Quinta, 2.

Tenho a sensação que há qualquer coisa que se está a instalar apoiada nos trabalhadores hospitalares, nos professores, nos ferroviários e em muitas outras actividades fundamentais para a convivência democrática. Nestes últimos três meses, sob a bandeira da guerra na Ucrânia, há mão totalitária que quer impor o derrube da democracia e a instauração de uma qualquer forma de ditadura. As greves selvagens são a isca, a anarquia e a revolta completam o cenário e dão o mote para que o povo aceite a ordem pública que nos quiserem impor. O político que Costa diz ser, anda demasiado ocupado com a sua imagem lá fora e cá dentro e não se dá conta do estado em que se encontra o país. O Chefe do Estado prossegue na sua linha apaziguadora que não leva a parte nenhuma. As sombras adensam-se, mas ele, primeiro-ministro, optou pelo lado do sol. 

         - Esta manhã, fui cedo para a estação a fim de chegar a Lisboa às onze horas ao encontro do Dr. Cambeta com quem tinha consulta médica aprazada. No ecrã da gare, vejo que todos os comboios tinham sido suprimidos e a atarantação das centenas de pessoas, na sua maioria trabalhadores honestos e cumpridores, fazia pena. Estavam literalmente abandonados à sua sorte, revoltados, sem saber o que fazer porque respostas não as havia por parte da funcionária da Fertagus e só o plasma respondia sem responder às suas perguntas. Ontem, vim num comboio sobrelotado. Os passageiros eram tantos, que montaram as discussões e o salve-se quem puder. Por pouco não houve violência. O mesmo não se passou na linha de Sintra, onde o gado em forma de gente era tal, que alguém puxou o manípulo SOS duma carruagem e a locomotiva foi parar a não seis quantos metros da estação, uma passageira foi conduzida ao hospital. Os barões e marqueses das Infra-Estruturas que ganham entre 2 mil e 3 mil euros/mês, podem continuar as paralisações pelo tempo que lhes aprouver, porque o sindicato capitalista assegura-lhes o salário. Eles estão-se nas tintas para a população pobre que não pode fazer greves de luxo, precisa do ganha-pão diário e vive num inferno de vida por sua causa. Diz João Miguel Tavares no Público de hoje, que esta malta, tem entre eles, pelo menos, 15 sindicatos!!! Agora imaginem o pobre ministro das Infra-estruturas, já de si fracote e sem experiência e demasiado encostado ao partido, à mesa das conversações com estes matulões todos em redor!