quarta-feira, fevereiro 22, 2023

Quarta, 22.

É por demais evidente que o Presidente da República, ao querer vigiar o andamento do PRR, está a dizer aos portugueses que não confia no seu “inteligente” pupilo. Há muitos milhões em jogo e o assalto a todo esse dinheiro é usual acontecer nos grupos que se formam para o concretizar. De outro modo, desde que entrámos na UE, Portugal devia ser um país pelo menos equilibrado e onde as desigualdades estariam muitíssimo atenuadas, se tivesse utilizado os fundos com saber e honestidade. Cinquenta anos depois da democracia e vinte e quatro anos na União Europeia, continuamos pobres, pouco cultos, sem assistência social digna, temos mais pobreza, vivemos de esmolas, os ricos estão mais ricos, os pobres mais doentes, analfabetos, miseráveis, rendidos a mediocridades infantis como futebol, concursos, passatempos de uma pobreza franciscana que apelam à vida vazia, parada no tempo, sem objectivos nem força anímica para fazer a junção entre os valores com valor e os que recriam sem juntar nada aos dias perdidos nas lamentações das greves, dos delírios parlamentares, dos discursos ocos, que varrem com palavreado a tristeza de povo que somos. Que sempre fomos, que sempre seremos.