sexta-feira, janeiro 27, 2023

Sexta, 27.

Somos tão infelizes! Nada funciona de forma clara, limpa, honesta, compreensível a toda a comunidade. Temos uma classe de políticos, do Governo aos autarcas, pobrezinha, sem ideias, troca-tintas, incompetente e presunçosa. Outra complicação rebentou por causa da vinda de sua Santidade o Papa Francisco a Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude. Os custos dessa estada de cinco dias (consoante o que uns e outros dizem sem que ninguém tenha ainda feito as contas globais) aproximam-se dos 32 milhões de euros!! Tudo por ajuste directo, portanto, ao gosto gostosíssimo dos nossos honrados dirigentes. Só o altar-mor andará por 5 milhões o resto é para fundições, terraplanagens, infra-estruturas sanitárias, alimentares, alojamento dos milhares de jovens que (esperam eles) deixem o suficiente para o lucro que todos ambicionam, num decore de cinema, à novo-rico, a cara chapada do senhor presidente da Câmara de Lisboa e seus assessores. Porque a vinda do Sumo Pontífice a Portugal, está transvertida num negócio onde todos querem lucrar, contrária à essência de Jesus Cristo, do Papa, da Igreja. Carlos Moedas quer extrair deste acontecimento (eles dizem evento no português de chinelo que aprenderam) a sua glória de estadista único à frente dos destinos da capital. Para remate, dou a palavra a Carmo Afonso, no Público de hoje: “Um palco que custa mais de 5 milhões de euros, por amor de Deus (a exclamação é minha)! É muito dinheiro sobretudo para construir um palco que se destina à realização de um evento (oh, cara advogada!) num país que não é certamente rico e em que uma parte significativa da população vive mal. Interessaria aqui (ufa! A madama?) perceber em que circunstâncias alguém teve este ataque de Luís XIV.”  

         - Andou aí um homem que vem com frequência tratar de fazer o necessário à beleza da quinta. Pedi-lhe que cortasse a calistemo ou lava-garrafas, que eu havia plantado quando aqui cheguei há trinta anos, e se tornara numa árvore enorme que tapava a oliveira e tocava nos vidros da janela do quarto dos amigos no primeiro andar. Os horizontes rasgaram-se e, estou certo, a oliveira que eu replantara há uns anos vinda da quinta dos meus vizinhos que a queriam queimar, agradece. Fiquei igualmente com uns quantos quilos de lenha para as lareiras.