quarta-feira, junho 01, 2022

Quarta, 1 de Junho (!).

À minha volta, muitos amigos que escaparam às primeiras vagas de covid e foram vacinados com duas doses, encontram-se hoje contagiados pelo terrível vírus: João, Marília, Filomena e passo. Como o Governo subestima o uso de máscara, o resultado está aí: 25 mil infectados por dia! 

         - Fui à Avenida de Roma almoçar com Fr. Hélcio. Há muito que ele vinha insistindo neste encontro e à mesa do Vita Roma demorámo-nos duas horas à conversa. Como sempre acontece quando dois amigos se vêem raramente, os temas voam sem que nenhum de nós conseguisse mantê-los na linha da coerência. O atropelo era constante, a vagabundagem da incerteza dos tempos, aterradora. Ele continua a viajar muito, indiferente aos riscos, amarrado ao seu país de origem - Cabo verde. Os mais pobres, os desprezados da sorte, são o seu mundo sobre o qual exerce um trabalho dedicado apesar de ter deixado o sacerdócio. Contei ao Fr. Hélcio que uma noite destas, atormentado com a guerra imunda da Ucrânia, e nas ameaças de Putin em utilizar armas nucleares, acordei a pedir-lhe abrigo na Praia, resposta pronta: “Tens sempre a casa aberta, com ou sem guerra.” Falámos demais.   

         - A impressão que tenho é que vou rasgar a página e meia de trabalho de esta manhã. Foi isso que me ocupou o cérebro durante os quarenta minutos de viagem no Fertargus ao encontro do meu amigo.