sexta-feira, junho 24, 2022

Sexta, 24. 

Numa breve resenha dos acontecimentos recentes, retendo por revoltante a decisão de uma juíza do Reino Unido de vir a entregar Assange aos americanos. Pessoas como ele e o nosso Rui Pinto, deviam ser louvadas porque sem elas muita podridão dos Estados e dos governantes, nunca veriam a luz do dia e da justiça. Olhe-se o caso do Benfica, que devíamos agradecer de joelhos ao jovem Pinto por ter trazido para a ribalta com o denominado Wikileaks. 

         - Macron, o pobre individualista convencido, levou uma lição dos franceses. Contou, claro, a abstenção que ficou em 53 por cento, mas sobretudo o facto de ser ele o primeiro Presidente a não conseguir confirmar nas legislativas o score das presidenciais. Sendo arrogante e uma espécie de monarca absoluto, pergunta-se como vai ser o seu segundo mandato numa Assembleia esfarrapada por diversos partidos, e onde o povo não lhe deu a gloria de ser o maior. Muitos dos seus ministros, nomeados pouco antes das eleições, foram corridos pelo voto popular (até Jean Castex!). Mas ficou o todo torto, coitadinho, Damien Abad, ministro dos deficientes, que tem aos ombros a acusação de várias mulheres que dizem ter sido violadas pelo homem. É de estrondo! A provar que pode-se ser coxinho, coitadinho, não ter braços nem pernas, e ter apesar de tudo o mulherio que acode ao facto de no essencial, isto é, no centro do corpo não haver estragos que impeçam a surpresa e, porque não dizer, o delírio! (O Kennedy, que tinha uma perna mais curta que a outra, dizem que gozava que nem um perdido, chutando para o lado a calço da perna pequena que descaía no momento do êxtase...) Seja como for Macron está bloqueado entre dois extremos: os farrapitos da esquerda e os farrapões da direita. Porque se algum ganhador houve, foi Marine Le Pen. 

         - Para cima de mil mortos e centenas de feridos num sismo ocorrido no Afeganistão. Ao país não faltava mais nada, que este tremendo revés depois do abandono desumano dos Estados Unidos, da ditadura dos novos donos e da fome e miséria e humilhação e escravidão do povo afegão. 

         - Outro dia, abrindo o guarda-sol, dou com uma mancha negra no interior que parecia um ratinho de campo. Sacudi-o e como ele não se tivesse mexido, tomei-o pelos dedos e quando lhe peguei duas grandes asas abriram-se, majestosas. Era um bebé morcego lindíssimo. Para que o Black não o apanhasse, coloquei-o debaixo das hortênsias à fresca. Espero que tenha sobrevivido.