segunda-feira, novembro 29, 2021

Segunda, 29.

António Costa tem razão ao enfrentar as companhias aéreas com mão de ferro e multas de 20 mil euros por passageiro não testado por Covid. Eu sou testemunha desse crime em tempo pandémico. Ao deixar Paris, ninguém me pediu no aeroporto o certificado de vacinação. 

         - Bom. Como se previa está já aí um irmãozinho da besta inicial que tomou o nome de Ómicron – e com ele a baralhação instalou-se. Novas medidas de confinamento e impacto contra a quinta vaga estão em curso a partir do próximo dia 1 de Dezembro. Pode-se dizer que o Certificado Covid-19 passou para segundo plano ou não é suficiente por si só para desafiar as actividades económicas que sempre foram mais importantes que a vida humana; e vai daí a ele junta-se o teste assim e assado. A humanidade assiste à mordedura com espanto e estupefacção. E a coisa não é para menos. Vários países fecharam-se, literalmente, ao mundo; outros obrigaram os seus cidadãos a confinar sem restrições, todos temem o parente recém-chegado que ameaça ser mais potente que o seu primogénito chinês. Em Portugal a coisa bate forte. Ontem mais 2.897 novos casos e 12 mortes. Globalmente, desde o início da peste, foram infectados 1.139.810 e faleceram 18.405 pessoas.  

         - Registo com prazer que o bluff não ganhou as eleições no seu partido; e anoto com repugnância a atitude dos chamados “barões”, pensando que tinham nele o seu guia económico-financeiro, logo se lhe colaram de olhos revirados a somar empreendimentos de toda a ordem.

         - Sábado os amigos só daqui saíram pelas 10 da noite, expugnados na torrente de conversas a bâtons rompus. À roda da mesa e depois no salão, a temperatura aconchegante da casa ajudando, o calor dos temas arpoando, foi mais uma vez Corregedor que liderou com a canga dos factos políticos de que não tenho nenhuma paciência nem interesse em entrar. Por sobre todas as divergências, imperou a estima e amizade – muitíssimo mais importantes que todas as ideologias políticas. Carmo Pólvora ofereceu-me um magnífico livro ilustrado com a sua pintura ímpar que não me canso de folhear.