quarta-feira, setembro 01, 2021

Quarta, 1 de Setembro.

Temos mais esta que revela em que mãos estamos entregues. O Parlamento fez um diploma que o TC declarou por unanimidade inconstitucional, e mais uma vez na sequência do pedido de fiscalização por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, que previa ao abrigo da Lei do Cibercrime, o acesso a e-mails sem ordem de um juiz. A votação parlamentar contou com os votos a favor do PS, BE, PSD, PAN, PEV, Chega e contra do PCP (enfim!), CDS e IL. Se a este diploma acrescentarmos a outra lei do PS que julga arbitrariamente quem cria notícias ditas falsas, temos o quadro do socialismo à portuguesa, isto é, o país de novo “amordaçado”.   

         - Os EUA retiraram de vez (?) do Afeganistão. Perderam a guerra e deixaram para trás um campo minado de injustiças sociais, fome, direitos Humanos espezinhados, material militar, milhares de mortos, seus e outros, ao seu jeito, lembro-me de Indochina, Cuba, Iraque, etc.. Bem tinha razão De Gaulle que nunca lhes aparou a arrogância e supremacia sobre todos os outros povos, correu com a OTAN de França e sempre os pôs em sentido.  

         - Longa conversa de mais de uma hora com Francis ao telefone. Tudo o que toca a homossexualidade o arrebata como, de resto, acontecia com Julien Green ou Paul Morand embora por razões diferentes. Soube por ele que Jean Moulin era homo, casado com uma lésbica, como na altura devia ser para se evitar a condenação pública. A venda do seu espólio, em Londres, vindo do amigo, desvendou. Como ainda hoje, apesar da abertura da sociedade, ocorre. Conheço vários homens que não têm coragem de sair do armário (para utilizar a linguagem codificada), exibindo os filhos e a mulher, mas condenados à frustração, à mentira, à infelicidade. A dada altura disse que aprecio a política de Macron no concerne ao Afeganistão. “Que queres, meia Paris é propriedade do Qatar.” São os árabes que não devem beber álcool que se enfrascam todas as noites no Ritz (donos do hotel) com drinks a 25 euros e almoços a 300 euros!  

         - Ontem à noite, pelas dez horas, telefonei à Maria José. Ouvindo o tilintar de qualquer coisa que parecia pérolas, perguntei o que estava a fazer: “Estou a trabalhar no relógio solar que viu sábado. A esta hora ainda no atelier! Enquanto não acabar este trabalho, fico até por volta da meia-noite.” Quantos artista fariam tantas horas de labor por uma causa social?

         - Acabei de entrar vindo da Feira do Livro. Tempo quente no Parque Eduardo VII. Não me carreguei, preferindo lá voltar noutro dia. Mais um ano que procurei o último livro de Frederico Pedreira... em vão. Por todo o lado, filas incríveis de pessoas para guichets e às portas de departamentos públicos.