domingo, setembro 19, 2021

Domingo, 19.

Perante o estado das nações, cada uma a puxar a brasa à sua sardinha, há muito que advogo que a Europa devia ter um sólido sistema de segurança. Comecei a pensar assim quando o alcoólico Bush (filho), disse que a Europa era uma velha senhora frágil e ultrapassada. Depois veio o matulão do Donald Trump e percebeu-se que a América não era parceiro em quem se possa confiar. Agora com o tremeliques Joe Biden, aplicando os mesmos princípios do seu antecessor, mais delico-doce mas nem por isso menos brutal, confirmou-se as minhas apreensões e certezas. O que o homem fez é em linguagem chã uma sacanice, quando negoceia com o Reino Unido e Austrália, um pacto para a região do Indo-Pacífico, fornecendo-a com submarinos nucleares nas costas dos seus aliados europeus. A França reagiu porque já estava envolvida no negócio da venda dos 12 submarinos, pelo astronómico valor de 60 mil milhões. Se apenas se tratasse de uma negociata de salteadores, tudo estaria bem. Porém, o problema é mais vasto e envolve a China que há muito domina o espaço marítimo naquela região. O que sairá desta afronta, está para se ver. Uma coisa é certa: a Europa não pode confiar mais nos EUA com ou sem Trump – os seus sósias estão por todo o lado. 

         - Uma parte dos países estão em eleições, mas em quase todos sabe-se antecipadamente quem é o vencedor. É o caso da Rússia onde a ida às urnas é uma fantasia e uma comédia, prevendo-se que Putin ganhará por larga margem; é o caso entre nós que terá o Partido Socialista por vencedor, já que Costa nunca despiu a estamenha de primeiro-ministro e empurra com a barriga sacos de milhões de euros; é o caso da Alemanha onde a senhora Merkel já não pode candidatar-se e o seu sucessor é Armin Laschet. Por mim é-me indiferente, posto que, por estarmos em campanha autárquica, a câmara daqui (comunista) consertou este fim-de-semana (e bem, enfim!) os caminhos de terra batida que me levam e trazem ao meu cenóbio. 

         - Andava inquieto com a falta de conhecimentos acerca do livro citado na questão do Le Monde. Fui pesquisar e, afinal, trata-se de Freshwater, peça de teatro, sátira passada na época vitoriana que Virginia Woolf escreveu no século passado e foi encenada por Viviane Forestier uma amiga de Julien Green. Fiquei esclarecido, resta lê-la. 

         - Acabei de fazer 30 minutos de gloriosas braçadas com a água já como eu aprecio: fria q.b. De seguida fui apanhar marmelos e romãs para oferecer aos Legros que não param de me convidar para almoçar e jantar. Com eles a conversa é interminável e sempre apimentada com humor por vezes picante. Bref