quarta-feira, agosto 18, 2021

Quarta, 18.

Eu que louvara a não existência de fogos este ano no nosso pobre país, eis que eles irrompem com a brutalidade habitual. Vastas áreas de reserva foram ardidas no Algarve, no Alentejo e no Norte. Mesmo assim e apesar do calor, parece-me que até aqui o desastre não é o costumeiro. Não sei se haverá trabalho bem realizado por parte das entidades que estão obrigadas a preservá-las, espero e torço por isso. 

         - A triste e lamentável fuga dos americanos do Afeganistão, pôs de sentinela a política americana que parece ser du n´import quoi. Admira que Joe Biden execute afinal uma ordem de Trump – é inverosímil. Não se pode confiar naquela gente e a Europa tem de começar a olhar para a América com muita desconfiança se quiser marcar a diferença num mundo cada vez mais globalizado. Em breve iremos assistir a todo o tipo de barbaridades fundamentadas no Islão que é uma bíblia de conceitos à la carte.  

         - A Annie insiste para que vá ter com ela a Paris. Bref. Entretanto, Hugues que voltou a viver com a mãe expatriado de Taiwan, quer cá vir passar uns dias. Tudo isto tem de acontecer antes de meados de Outubro altura certa para eu abalar. Mas qualquer facto das nossas vidas, do mundo até, fica condicionado à tirania da Covid-19 ou de uma variante que os chineses entendam meter ao barulho!... O homem andava tão seguro da sua riqueza, do seu saber, do seu progresso e vai-se a ver um insecto insignificante pô-lo na ordem, diante da realidade, todas as fantasias e importâncias reduzidas às tábuas da sua habitação. Aprende ele? Não.   

         - Dia radioso. Revisão do encontro entre Semyon e Natacha parece-me bem urdido. Ufa! Que algo de bom encha os meus dias! Chega de um tempo que nem no calendário existe! 

         - Às minhas tarefas madrugadoras, acresce a apanha de figos. Não posso falhar; de contrário chegam primeiro os pássaros e fazem uma razia completa. Sábado vou começar a fazer compota. De todos os frutos, o figo é o que mais gosto e todos os amigos fazem bicha para receber a sua parte.  

Amoras silvestres