sexta-feira, abril 09, 2021

Sexta, 9.

Francamente, desde o início, não estava interessado em me vacinar com a vacina que a UE nas contas de merceeiro quis impor aos cidadãos. Mas agora, com o número de casos infortunados, fora os que nos escondem, estou decido a fazer meia-volta no dia em que for chamado para abater o número de unidades ao stock baratinho. A trapalhada é tal e  tanta, que não podemos acreditar em ninguém e de nada serve tentar tapar o sol com a com a peneira. A França que andou muito mal no início, oferece agora a liberdade a todos e a cada um de escolher a vacina com que desejam ser inoculados. A barraca da AstraZeneca está às moscas. 

         - Ontem, quando saí do Hospital dos Capuchos, tomei um táxi que me levou ao Chiado. Curioso como sou, tento saber como vai a vida destes operacionais. O homem diz-me que está a trabalhar desde as seis da manhã e que aquele é o seu segundo serviço. Mas na véspera, depois de dezasseis horas ao volante, foi para casa com 25 euros! Pergunto por ajudas estatais, responde-me que esteve parado dois meses e que a Segurança Social lhe mandou 10 euros/mês!! E acrescenta: “O presidente da Câmara de Lisboa, prometeu ajudar-nos com 500 euros/mês – até hoje nem um tostão!” Sem palavras. É por isso que, andando cá por baixo, posso falar à vontade e com revolta apurada. Prefiro falar com as pessoas, que ler relatórios, estatísticas, números e pregação televisiva – esta gente não mente. Os relatórios são aldrabados e respondem à propaganda que está detrás deles. 

         - Hoje vou citar o meu amigo António Guerreiro a propósito do emprego do português por António Costa, de resto igual ao dos seus camaradas: “(...) vem de alguém que tem uma relação desastrosa com as palavras e a quem nunca ouvimos uma frase que tivesse uma elaboração merecedora de aplauso. Há sempre um momento na relação dos cidadãos com os seus governantes, em que se solta uma queixa radical que é sinal de que há uma separação irreversível. “Não posso mais ouvi-los.” António Costa, sejamos justos, não é desde sempre um político que dê prazer ouvir.”  E  no remate do artigo: “A palavra “berbicacho” pode fazer alguma coisa pelas suas debilidades discursivas, mas é preciso mais um esforço...” Eu digo: cultura. Ou de outro modo, é preciso abandonar a linguagem de feirante.