quinta-feira, abril 08, 2021

Quinta, 8.

Pudesse eu contar sem ter que narrar. Ter ideias todos os dias, é um suplício. E todavia nunca conheci outro trabalho senão o que nasce no meu cérebro e se estende nos tecidos nervosos para se estatelar na página em branco. Esta é uma actividade misteriosa, que destrói a textura nervosa, alaga de insegurança os dias, mas qualifica, equilibra, dá sentido, constrói, afasta a morte e é intrinsecamente indispensável ao meu viver. É por isso sagrada.