domingo, abril 11, 2021

Domingo, 11.

A minha adolescência foi inquietada por duas guerras: as coloniais e da Irlanda do Norte. Todos os dias em casa se falava disso, todos os dias os horrores eram servidos ao jantar nos telejornais. Parece agora que temos de regresso a que dividia católicos e protestantes. Ou antes, os que queriam manter-se ligados a Coroa Britânica e os separatistas. Com o desentendimento de quem sai e de quem fica na União Europeia, os ânimos ensandeceram-se e as mortes e guerrilha acontecem como então, isto é, 30 anos depois em Belfast. Há crianças de 12 anos metidas no conflito e muita juventude parece aderir à violência quotidiana. Nestes últimos dias mais de 80 polícias foram feridos e houve várias mortes. Quem disse que a história não se repete?  

         - Assim as escaramuças entre a Rússia e Ucrânia sobem em horror. A Europa aceitou, pacificamente, a anexação da Crimeia no conflito de 2014. O pretexto da parte de Moscovo, é de que os cidadãos de língua russa na parte Leste da Ucrânia estão a ser violados. A Presidente da Ucrânia ameaça intervir e tem de pronto a resposta do Kremlin: “Uma acção militar junto da fronteira, é uma ameaça à segurança da Federação Russa.” A seguir os próximos episódios.  

         - Estive a ler o que os jornais dizem da intervenção televisiva do julgamento do Ministério Público – é sinistro. O Código Penal parece ter sido invertido pondo a salvo não só os principais criminosos, como os secundários a eles associados ou por eles manipulados. O número de processos caducados, é impressionante. Aquela manga de leis aldrabadas e veredictos em consequência, levou quatro horas a ler, e pôs a democracia de joelhos e os cidadãos atirados, de súbito, para um tempo onde os ditadores faziam as leis à medida. Curiosas a reacções do BE e PCP sobre o assunto. A mim não me enganam.