segunda-feira, abril 26, 2021

Segunda, 26. 

O grande “berbicacho” (falando o português de Costa) que se tinha a certeza viria a transformar a TAP, não demorou a confirmar-se. De facto, o prejuízo da empresa dos socialistas chegou no final de 2020 a 1230,3 milhões de euros! Dizia outro dia no seu editorial o Director do Público que “uma reestruturação feita por um conselho de Administração de uma empresa ou por um Governo de direita é uma coisa; um despedimento assinado por um Governo e, em particular, por um ministro de esquerda é outra coisa muito diferente”. Não exemplificou quais as diferenças. Gostava de saber em quê e, sobretudo, desejava obter a resposta pela boca das centenas de trabalhares despedidos, forçados a assinar reduções salariais, impelidos a reformas antecipadas, etc. Mais adiante, continua num volte-face impressionante o articulista: “Os trabalhadores não têm culpa dos erros de gestão anteriores, nem da pandemia, nem da carência financeira do país.” Se bem me lembro o Estado tinha na administração da empresa (sempre teve) representantes seus pagos a peso de ouro, e ainda quando o senhor todo poderoso desvairadamente investiu sobre ela, os ordenados dos príncipes da industria aeronáutica nada tinham a ver com a crise da TAP e muito menos com as esmolas  dadas aos escravos ao seu serviço. Este particular aplica-se igualmente aos trabalhadores num todo, às empesas, aos reformados, aos pobres, ninguém tem culpa do vírus chinês, nem dos erros de gestão do país, dos negócios criminosos que nos arruinaram e deram milhões aos Sócrates, aos banqueiros, aos deputados-advogados, aos advogados-deputados, aos autarcas, aos gestores iluminados que ganham milhares a gerir empresas estatais falidas. Não nos esqueçamos que, em 2019, foram distribuídos lucros de milhões às cúpulas da companhia, entre os bafejados da sorte, não estaria um tal Miguel Frasquilho? Céus! É tão fácil impor ideologias com o dinheiro dos contribuintes! Amocha, miserável português! Se te revoltares podes ter a certeza que não passas de um incorrigível fascina! Cadeia com ele. 

         - Ontem, 47 anos depois de 25 de Abril, por todo o lado, ouviu-se reivindicar aquilo por que se fez a revolução. Sintomático, não é ? 

         - A marinha indonésia encontrou o submarino a 850 metros de profundidade, nas águas de Balie, depois de buscas durante vários dias. Não houve sobreviventes, os seus 53 tripulantes ficaram sepultados no mar.  

         - Observei uma cena de antologia quando abri a televisão para ver o telejornal. António Costa e o seu “ministro de esquerda” está no Norte para assistir a qualquer coisa relacionada com a ferrovia. Ontem, dia da Revolução e hoje, são cada vez mais os queridos trabalhadores ou para utilizar a terminologia de Jerónimo de Sousa, o “nosso povo”, se agigantam face os membros do governo. O chefe dos infelizes tem um papal para ler ao primeiro-ministro. Este recebe-o das mãos do contestatário e entrega-o in petto ao seu ministro das Infra-Estruturas, Nuno dos Santos, e dá meia volta deixando-o a dialogar, perdão, a enfurecer-se com o representante dos ferroviários. Costa, grande senhor, não se ocupa das minudências dos súbditos. 

         - Chove, faz frio. Todo o mar azul do céu mudou para tom pardacento e pesado. Aproveitando as primeiras horas da manhã, andei a roçar erva. Muita urtiga em volta das figueiras. Para me livrar da programação portuguesa, prossigo as buscas para encontrar um técnico de parabólicas, mas o que por aqui aparece são aprendizes de aldrabões. Hoje um pediu-me 80 euros pela deslocação, 30 por cada hora, gasolina à parte e material também. Disse-lhe não sou pago em dólares. “Pena. Daqui a meia hora estava aí.” Pois. 

A Piedade ocupa-se de passar a ferro: eu de fazer estas instalações cheias de cor onde a memória mergulha em êxtase num mundo outro...