Sábado,
1 de Junho.
Outro
dia, descendendo o Chiado com o João Corregedor, cruzámo-nos com o ministro da
Administração Interna que subia. Rápido e glacial cumprimento de ambos com um
“bom dia” formal. Esta gente é terrível. Como podem eles governar tendo de
permeio um tal ódio de estimação à flor da pele?
- Mesmo que os cargos e o desgaste os
transformem numa flor de estufa ou os envelheça precocemente. Como aconteceu ao
André que vi a falar num programa televisivo. Só o reconheci quando a legenda
de rodapé colocou o seu nome. Pobre rapaz que derreteu o físico e a vida
como presidente de junta!
- “A publicidade revela e esconde o
que te arruína. A máquina desta engenharia tem ao seu serviço uma grande rede
de ilusionistas para mostrar que não há alternativa, ignorando aquelas que, já
no terreno, estão a abrir novos caminhos de participação. Quem domina a
economia também domina os grandes meios de comunicação.” Fr. Bento Domingues,
Público de 26 de Maio.
- O Brasil continua sem controlo e
isto já praticamente há quatro décadas, o crime e o narcotráfico são
instituições tão ou mais poderosas que o Parlamento e as diversas organizações
policiais e políticas. A semana passada, numa rixa entre clãs, 65 presos foram
assassinados numa prisão, em Manaus. E lembrar-me eu que o actual Presidente
prometeu em campanha acabar com tudo isto!
- Aquela do aumento dos magistrados,
leva água no bico. Ou eu me engano muito, ou dentro em breve os senhores
deputados, ministros e coadjuvantes, assim como o Chefe de Estado, vão ver os
vencimentos substancialmente acrescidos. Os que debitam sentenças, segundo a
imprensa, vão auferir uns confortáveis 700 euros mais. Pouco importa a esta
gente, que haja reformados com 150 euros/mês, dois milhões de pobres a viver
miseravelmente, os restantes funcionários do Estado fiquem monetariamente na
mesma, posto que eles vivam à grande e à francesa (de outros tempos). Esta
democracia, tal qual é exercida, está em linha com os regimes torcidos que
tivemos no passado. Num país admonitório os escravos conformam-se; os maiorais aumentam-se
por direito e condição.