sábado, junho 01, 2019

Sábado, 1 de Junho.
Outro dia, descendendo o Chiado com o João Corregedor, cruzámo-nos com o ministro da Administração Interna que subia. Rápido e glacial cumprimento de ambos com um “bom dia” formal. Esta gente é terrível. Como podem eles governar tendo de permeio um tal ódio de estimação à flor da pele?

         - Mesmo que os cargos e o desgaste os transformem numa flor de estufa ou os envelheça precocemente. Como aconteceu ao André que vi a falar num programa televisivo. Só o reconheci quando a legenda de rodapé colocou o seu nome. Pobre rapaz que derreteu o físico e a vida como presidente de junta!  

         - “A publicidade revela e esconde o que te arruína. A máquina desta engenharia tem ao seu serviço uma grande rede de ilusionistas para mostrar que não há alternativa, ignorando aquelas que, já no terreno, estão a abrir novos caminhos de participação. Quem domina a economia também domina os grandes meios de comunicação.” Fr. Bento Domingues, Público de 26 de Maio.

         - O Brasil continua sem controlo e isto já praticamente há quatro décadas, o crime e o narcotráfico são instituições tão ou mais poderosas que o Parlamento e as diversas organizações policiais e políticas. A semana passada, numa rixa entre clãs, 65 presos foram assassinados numa prisão, em Manaus. E lembrar-me eu que o actual Presidente prometeu em campanha acabar com tudo isto!


         - Aquela do aumento dos magistrados, leva água no bico. Ou eu me engano muito, ou dentro em breve os senhores deputados, ministros e coadjuvantes, assim como o Chefe de Estado, vão ver os vencimentos substancialmente acrescidos. Os que debitam sentenças, segundo a imprensa, vão auferir uns confortáveis 700 euros mais. Pouco importa a esta gente, que haja reformados com 150 euros/mês, dois milhões de pobres a viver miseravelmente, os restantes funcionários do Estado fiquem monetariamente na mesma, posto que eles vivam à grande e à francesa (de outros tempos). Esta democracia, tal qual é exercida, está em linha com os regimes torcidos que tivemos no passado. Num país admonitório os escravos conformam-se; os maiorais aumentam-se por direito e condição.