sexta-feira, junho 14, 2019

Sexta, 14.
Ontem sem ter nadado, deitei-me nu na chaise longue ao sol do fim de tarde varrida por um vento impiedoso. Não sei se foi por isso, tendo dormido de uma penada como é habitual, acordei esta manhã com dores lombares. Já não tinha sono, mas apetecia-me ficar no remanso mais um tempo; devido ao incómodo saltei da cama para enfrentar as regas matinais. Antes tomei meio Ben-u-ron. A lombalgia não deve ter gostado do calor e a metade do medicamento soube-lhe a pouco, razão pela qual a dor persistiu até à meia tarde.

         - Jerónimo de Sousa tem razão ao insurgir-se contra a compra do Siresp por sete milhões de euros. O Estado é sovina com os trabalhadores e reformados e mãos largas para com os desonestos. Evidentemente, não é seguro que ele, Estado, vá gerir melhor o sistema, mas penso que as mortes como as que ocorreram há dois anos nos incêndios no Norte provocadas pelo sistema a funcionar “no osso”, a desordem e o caos, poderão mais facilmente ter responsáveis. 

         - Álvaro Amaro arguido no caso Rota Final e noutro de subsídio na obtenção de financiamento comunitário, se fosse honesto, devia suspender o mandato ao Parlamento Europeu. O camarada que pouco ou nada faz lá, interessando-se apenas pelos negócios de advocacia de onde retira milhares, de seu nome Paulo Rangel, diz que são “esferas separadas”. Quer dizer se em Bruxelas Portugal estiver representado por um corrupto, não tem importância. E tem razão. Se tivermos em conta que aquele plenário é uma jaula onde há poucos cordeiros.  


         - Quarto mês sem a companhia da escrita! É doloroso, infeliz, frustrante. Parece que me amputaram qualquer coisa de profundo em mim, deixando-me na ponta de um abismo, eu que sofro de abissofobia. Que vazio opressivo, santo Deus!