domingo, junho 16, 2019

Domingo, 16.
Saul Bellow é o Proust americano. Enquanto este forçava a memória de dentro para fora, aquele fá-lo de fora para a interioridade devolvida ao leitor pelo crivo delirante e fantasista-realista do autor de As Aventuras de Augie March. Em ambos os notáveis escritores, a vivência forma os alicerces sólidos do talento nato. Aprecio em prioridade Saul Bellow porque é mais largo, mais abrangente da natureza humana, menos fechado sobre si. Na obra de Bellow está a natureza humana inteira; na Proust um reduzido número de aristocratas, uma atmosfera, um silêncio ruidoso.  

         - Jour paisible, presque parfait. A lombalgia se não passou totalmente, já não me chateia. Daí, esta manhã, após as regas e com o bom sol a reavivar os relvados, atirei-me a meia hora sólida de natação. Aparentemente, nenhuma dor, nenhum movimento travado, nenhum impedimento à loucura. Complemento de vitamina D com mais trinta minutos a dourar este corpinho que os deuses admiram e alguns massajam com um sorriso desafiador nos lábios...