Quarta, 5.
O
que me destrói e não me acalma, é este pousio forçado da escrita. Entrei no
quarto mês solitário e seco e nem a revisão de O Juiz Apostolatos merece o meu empenho. Estou liquidado, exangue,
numa fossa. Ainda se aproveitasse esta confrangedora situação para avançar nos
trabalhos do campo, mas nem isso consigo exaurido por dentro e fora de mim. Como
assunto secreto que só a mim diz respeito, finjo vender felicidade quando me
aproximo de amigos e concidadãos. Ao menos pudesse eu afirmar como tantos
criadores: estou paralisado ante a página em branco! Mas nem isso, santo Deus!
A página pode continuar alva e limpa, que isso não me obsede. Fixar o olhar no
verde das serras e ir-me pelos carreiros da morte até ao fim dos fins – eis a ambição
suprema, meta e destino.