quarta-feira, dezembro 05, 2018

Quarta, 5.
Quando esta tarde entrei no metro, fui abordado por um casal estrangeiro que me pediu, num inglês estranho, que o ajudasse a obter o cartão e a compra de umas quantas viagens. Repeti a operação várias vezes porque os cartões do senhor não eram aceites pelo sistema. De cada vez tinha de recomeçar do início. Por fim, a mulher escolheu de entre os muitos cartões que o cavalheiro tinha na carteira, um. Pude, então, obter o título de viagem para cada um. A senhora, no final, estendeu-me uma moeda de 2 euros em forma de reconhecimento. Recusei e fui à minha vida. Logo ouvi chamar por mim. Voltei-me julgando que qualquer coisa não havia funcionado – era o homem com uma nota de cinco euros para me dar. Disse-lhe no meu melhor inglês: “Thank you. It was a pleasure helping them.” Recebi em troca uma expressão de estupefacção. 

         - Chou Chou que há duas semanas dizia “on n´en cede pas a la rue”, cedeu em toda a dimensão na maior humilhação a que a rua o obrigou. Combustíveis, gás, electricidade congelados durante seis meses. É claro que ele vai contornar o “prejuízo”, aumentando outros impostos. Sabemos que quem paga é sempre o mesmo. Desta vez porém, espero que seja diferente. Os “coletes amarelos” já disseram que vão voltar à rua sábado e domingo, querem aumentos de reforma e o ordenado mínimo para 1500 euros/mês. Eles sabem governar as finanças e o país melhor que o banqueiro travestido de Presidente da República.  


         - Hoje fui da Estrela a pé ao Chiado. Na zona do Rato, imenso policiamento devido à passagem para o hotel onde alugou um andar por dois milhões, Xi Ping Ping Ping. Aos chineses não lhes basta serem os donos disto tudo, têm também a ambição de varrerem das ruas os pobres portugueses.