Segunda,
27.
Quando
outro dia o Robert chegou ao Café Hoche para me trazer de regresso a Paris, concluía
eu o parágrafo que a seguir se apresenta. Deixo-o como incentivo a prosseguir
e, eventualmente, receber o estímulo dos leitores.
“Havia nas
palavras de Flávio Jardim algo que ultrapassava a questão imediata da firma e liquidação
das dívidas. No fundo, por sobre toda a desgraça presente, o jovem idealista dos
tempos da universidade, não perdoava ao amigo do peito ter atraiçoado uma
relação para ele indispensável à consumação do equilíbrio do todo, assente no
pressuposto que não se separa o que a adolescência uniu. Jardim tinha lá, nesse
reino de luz, o caleidoscópio das sensações, dos rumorejos que nascem e morrem
dentro de nós, a matriz, as bases indispensáveis a robustez dos dias na
consagração do império eterno do amor que não se mostra à luz das noites, nem é
visível ao sol dos dias. “
- Profetizam-nos
a partir de sexta-feira os primeiros flocos de neve. Cá estarei para os ver
cair com o olhar encantado da criança que descobre o mundo.
- Houve
recentemente mais uma mexida no Governo. Chou Chou não consegue estabilizar a
sua equipa. Longe, muito longe vão já os dias do deslumbre. A prática dura da
política anula todas as ambições de uma vida.