segunda-feira, outubro 30, 2017

Segunda, 30.
Parece que o Mágico, descuidando-se nos truques de magia, destapou os bluffs de que se servia. Resultado: o ano passado foram postos na rua das casas que habitavam e que a lei da Mãe-de-Todas-as-Mães criou, quase 2 mil pessoas. Este ano o ritmo não abrandou e aproxima-se de um milhar. O Juiz Apostolatos é de situações destas que se ocupa e também das execuções de penhoras aos pobres que nada têm. Corja de verdugos dos tempos modernos.

         - Tenho que admitir que não esperava tanta inteligência por parte de Puigdemont. Aquela de ele, ante a ordem de Rajoy de marcar eleições para Dezembro, dar como resposta que os catalães já votaram e não vão de novo às urnas dizer o que já disseram, isto é, que querem a independência, é de mestre! A atmosfera em Espanha é extremamente interessante e empolgante. Outro dia, o João Corregedor, dizia para o nosso grupo: “E se fôssemos de carro já para Barcelona!” Eu disse logo que sim, os outros presos à familiazinha, aos filhinhos queridos, a isto e aquilo, negaram-se. Mas de facto, é lá que se joga muita coisa nesta altura. Como comentei outro dia, lá respira-se vida, liberdade, futuro. Aqui uma ronceirice macaca, onde a classe política passa de pai para filho, de filho para amigo, tudo enrodilhado em frasezinhas, lamentozinhos, chorinhos, dicazinhas, odiozinhos, abracinhos e outras coisinhas de que não quero aqui falar e constituem muito do importante que suporta a nossa triste vida colectiva...

         - É curioso como os tempos da minha vida profissional, recorrentemente, sobretudo os dos últimos anos, desaguam nos meus sonhos. Apresentam-se tão nítidos, tão intensos no dramatismo vivido, que me sufocam de angústia. Acordo agastado, sem saber onde estou, que tempo é este o meu, o pensamento amargurado com o facto de ter de me apesentar ao serviço daí a uma hora. Só quando me levanto, olho o quarto mergulhado na penumbra, da janela entreaberta, um hiato de luz descendo até ao parapeito, abro um ligeiro sorriso e digo: “Estás livre desse tormento, homem de Deus!” 


         - Esta manhã possante hora de piscina. Não havia vivalma dentro da água e eu tive dois seguranças (uma rapariga e um rapaz) embevecidos a apreciar o próximo campeão mundial dos jogos olímpicos.