Segunda, 23.
Vai
por aí um coro de elogios às medidas do Governo para evitar novas catástrofes
ambientais, mortes e casas ardidas. Eu, se me permitem, desconfio. Basta olhar
mais de perto as situações para se perceber da leviandade de uns quantos políticos,
sentados a uma mesa, a redigir uma redacção com força de lei. Dois meses depois
dos terríveis fogos de Pedrogão Grande, após peregrinações do Chefe de Estado,
do primeiro-ministro, de outros ministros, da oposição, dos autarcas, as
vítimas queixam-se que nada fizeram, e novos dramas aconteceram há duas
semanas. Seguidamente, é ouvir com atenção o Exército, para se perceber que a composição
foi escrita sem consulta, tendo a Força Aérea apressada a dizer que não tem
dinheiro nem estruturas para responder ao que dela pretende o executivo do
Mágico. Todavia, vou esperar de olho atento para ver se, enfim, Portugal mudou.
- Um dia luminoso de Outono cobriu a
terra. Dias assim são leves, enchem-nos de esperança, derramam sobre nós a
beleza da vida que sacia o espaço do mistério que o silêncio adensa de paz e
glória ao Criador.