Terça,
4.
Domingo,
na missa das dez e trinta, em Setúbal, a dada altura, entra uma pedinte que
varre literalmente as coxias do templo esmolando com voz tremelicada. Devia ser
uma mulher muito inteligente e sensata, porque se há lugar mais apropriado para
aquela actividade, são as igrejas. É, como se costuma dizer, tiro e queda.
- Cada vez me convenço mais que todo o
funcionamento litúrgico da Igreja católica provém de S. Paulo. É dele a
cartilha que informa cada sacerdote, dá cor á homilia, introduz no sentimento
do fiel a ideia - que era a do apóstolo – de estarmos à beira do fim do mundo. Só
não encontro na Igreja a loucura, o impulso desbragado, a contumácia do
construtor de tendas. O Papa Francisco anda perto, o cardeal de Lisboa, muito
longe.
- Justamente, ao almoço no Príncipe
com o Carlos e o Virgílio, foi do Apostolo que falámos. Carlos mostrou que leu
o NT e por isso foi-me possível deter-me em conversa prolongada e por vezes
viva. Já no tocante ao Deuteronómio, ele está mais avançado do que eu.
- Que ridículo aquela entrada do
pequeno Chou-Chou em Versalhes para onde fez transferir o Congresso de forma a falar
durante hora e meia do seu reino. É o moderno monarca dos franceses que falou
aos nobres sem conseguir enganar o povo que não viu nas suas palavras nada de
substancial. Pobre democracia que permite a criação de novos-ricos da política e
da importância pessoal.