segunda-feira, julho 24, 2017

Segunda, 24.
Pobre Chou Chou! Em menos de um mês de presidência, perde já 10 pontos no pódio dos melhores actores políticos - e ainda a procissão vai nos degraus da igreja.  

         - Na ilha de Kos, um forte tremor de terra sacudiu a pacatez do lugar. Centenas de turistas abalaram, outros ficaram. Mas a Grécia não merecia esta tragédia. Tem sido exemplar no apoio aos migrantes, tem aguentado a prepotência de Bruxelas, o alvoroço dos milhares de pessoas famintas ou a fugir da guerra, invadindo todos os espaços num país já de si martirizado pela austeridade imposta pelos eurocratas. 

         - Um camião deixado num parque de estacionamento de um supermercado no Texas, tinha dentro oito mortos e dezenas de pessoas em estado crítico. Não é a primeira vez que cenas destas nos envergonham e revoltam - estamos todos condenados a sermos gado nas mãos de insaciáveis e criminosos que conseguem passar incólumes no crivo demasiado esburacado das leis.

         - A notícia do dia é a ligeireza e insensibilidade como os políticos conseguem impor as suas injustiças. É um facto que Paulo Macedo é mestre na técnica. Não nos esqueçamos da quantidade de gente que ele pôs no desemprego pelos sítios por onde passou. O caso da CGD é mais um entre tantos outros num país onde os mais fracos pagam pelos mais fortes. Aquela famigerada instituição, foi durante anos couto de tubarões empurrados dos ministérios e gabinetes públicos, de negócios ruinosos entre figurões que nunca foram presos, distribuiu dinheiro a rodos por empresas fantasmas, amigalhaços e ex-ministros, secretários de Estado, colónia de férias com reformas milionárias para gente incompetente que nada sabia da actividade bancária, ao ponto de ter chegado à miséria e ao descrédito actuais. Os que tiraram proveito e enriqueceram sendo hoje multi-milionários, estão a salvo a gozar os proveitos roubados ou traficados, e somos nós que temos de endireitar um banco com as nossas economias e todas as alcavalas que Paulo Macedo inventou para nos empobrecer ainda mais. Acresce que são mentirosos quando dizem que as comissões são as mais baratas do mercado. Eu tenho conta no Novo Banco e cobram-me um euro/mês. Os criminosos pertencem ao PSD, CDS, PS. Nenhum dos suspeitos foi julgado, nenhum foi preso. Mas milhões de milhões de euros desapareceram. Depois admiram-se que as pessoas guardem as economias em todo o lado, menos em contas bancárias. Por este caminho, vamos andar para trás e voltar aos pagamentos em dinheiro. Ou então, dêem o voto ao Partido Comunista que não tem por hábito roubar aquilo que pertence à nação.

         - Ninguém acredita nesta mediocridade. Passados os dias de espectáculo, enquanto a cinza assenta na terra, o entulho das casas destruídas é removido, os mortos enterrados e os vivos fechados em casa no luto desesperado e evitável dos seus entes queridos, o que o Mágico mais deseja é o esquecimento, fazer baixar o ruído que os incêndios de Pedrógão Grande provocaram. Acabados os dias de promessas, de lágrimas de crocodilo, de palminhas hipócritas, de missas e rezas, de viagens e almoços pelos restaurantes da zona, desligadas as câmaras de televisão, os afectados pela desgraça, abandonados, desesperados e sós, olham em volta encontram o silêncio, o vazio dos espaços rapados, o escuro das poeiras de cinza, o chão árido sem uma árvore que acene numa chama de esperança e vida. Vão ter que levantar do luto a revolta. É uma questão de sobrevivência, de confronto com a razão. Para isso constituíram-se numa comissão que irá defender os vivos e os mortos. Não confiando no Governo da nação, vão ter que encontrar forças para impor a verdade, os seus direitos, as responsabilidades que outros querem aligeirar. Um nome que perdeu o filho merece registo e apoio: Nádia Piazza.


         - Entretanto, deflagraram vários incêndios que estão a ser combatidos por centenas de bombeiros: em Ceira, (Coimbra), em Sertã (Proença-a-Nova), outros mais. Por enquanto, apenas prejuízos materiais. A “verdade” porém, foi imposta pelo Mágico que proibiu os bombeiros e agentes da floresta de revelar o que os seus olhos vêem. Porque o número de falecidos em Pedrogão Grande, parece que está aldrabado. Em vez do 64 fala-se em 70/73 e os feridos pelos 200.