Sexta,
23.
Bruxuleio.
Volta que não volta, recebo desafios para editar Madame Juju. Leio o que me
chega, fecho o computador e fico parado a pensar no meu destino e no dela.
Devia crescer de orgulho ante as palavras que mal soletro, estarrecido. Depois “deslico”
(utilizo aqui a sua linguagem) e não me decido. Se me fosse possível publicar
sem ter que me expor, diria logo que sim. Mas tal como hoje anda a literatura,
embrulhada num pacote de vaidades, que vou ter que transportar por aqui e por
acolá, oferecê-la com palavras sedutoras e sorrisos de feira, nada disto conferindo com a dignidade e natureza da arte tal como a sinto - sagrada.
- Esta equipa risonha, que o almoço
bem regado trouxe de volta ao atelier do Guilherme Parente, mais parece uma
trupe de saltimbancos depois da feira de domingo. O único que não tem a face
rosada, imaginem quem é...