Domingo,
25.
Acabei
o romance Encontro à Beira-Rio de
Christopher Isherwood, que li sem entusiasmo. Trata-se de um livro mediano,
tentando explicar com informação pouco assimilada a sua entrada no Budismo,
muito em voga entre os americanos nos anos Sessenta e Oitenta. Nada a ver com
os anteriores trabalhos do escritor e demasiado dependente das suas habituais
histórias de gays só que sem profundidade bastante que as ultrapasse.
- Sim, foi insuportável tudo o que se
passou em Pedrógão Grande e zona adjacente. Mas mais inaceitável é o filão noticioso
da tragédia que tem sido esticado ao máximo por todos os canais de televisão,
fazendo do sofrimento alheio o espectáculo que entretém a perversidade do
espectador.
- Mais sérios e tenebrosos, são os
números. Área ardida: 53 hectares; mortos: 64; feridos: para cima
de 200; casas destruídas pelo fogo: 90. De quem é a responsabilidade: de ninguém.
- O PS está cheio de “meninos de
ouro”. Depois de José Sócrates, surgiu Fernando Medina, sucessor de António Costa
à Câmara de Lisboa. A ver vamos como o ilustre vai terminar, sendo certo que a
obra realizada pelo autarca é aquilo a que se pode chamar uma nulidade ou uma ficção.
- “As pessoas resmungonas não precisam
de ser encorajadas. É só carregar no botão que a resmunguice começa a jorrar.” Esta
constatação é de Miguel Esteves Cardoso com referência aos velhos. Eu diria de
outro modo: os resmungões, no actual estado das coisas, são as sentinelas que
os defende a eles e mais aos jovens alheados da realidade à manjedoura dos
smartphones.