Sábado,
3.
Eu
tinha alvitrado aqui que uma coisa era o pacto climático arrancado a fogo em
Paris, outra a sua real concretização. Não me enganei. Todos estão contra Trump
por ter sido ele o primeiro a abandonar o barco caro ao indefensável Hollande.
A realidade é porém, absolutamente outra. É verdade que os povos, arrastados
pela manipulação da informação, com poucos ou nenhuns conhecimentos sobre a
matéria, remam para o lado dos que os conduzem
à palavra eloquente dos fazedores de causas. Com uma condição: que essa
coisa bizarra do buraco de ozono não lhes altere a sua vidinha ronceira, com o
seu automovelzinho, o seu smartphone, as roupinhas de marca todas as estações,
os gens que custam a vida a milhares
de turcos, chineses, coçados artificialmente, os teniszinhos lampeiros, os
bifes diários, se possível nessas cadeias de fast-food, os fins-de-semana em
lugares aprazíveis, etc. etc. Do lado da Indústria, cínica até dizer basta,
como se viu com as fábricas de automóveis, como se vê com esse mundo do
consumo, do futebol, da eléctrica chinesa, do espectáculo, onde se gastam
milhões de milhões de quilowatts inutilmente. Do lado político, incluindo as
associações e empresas ditas a favor do Planeta, que nos últimos anos têm
ganhado milhões à conta da defesa daquilo que eles destroem como ninguém em
viagens, congressos, aviões, ketering, etc, etc. O coro cínico e hipócrita chora
lágrimas de crocodilo pelo Planeta, mas prossegue com os mesmos esquemas, os
mesmos ganhos fabulosos, o mesmo ritmo industrial e comercial. Ninguém quer
abdicar de nada, todos pretendem manter o progresso selvagem, e depois condenam
o extravagante Presidente dos Estados Unidos! Em breve vamos assistir a países
que, aproveitando o “crime” de Donald Trump, vão rasgar também o Pacto de
Paris. Ora, e se fossem bugiar!