terça-feira, fevereiro 28, 2017

Terça, 28.
Este oásis que o Mágico teima a impingir-nos, sofre de um mal-estar que vegeta fundo nas estruturas sócio-quotidianas e dilata a membrana da desconfiança. Exemplos não faltam, a começar pelo hospital da Covilhã onde uma parturiente não foi acudida a tempo perdendo assim o seu bebé. Quando as autoridades quiseram apurar a culpa, desapareceram os processos e as imagens de vigilância como por magia. De igual modo, o que se passa com os dez mil milhões de euros postos ao fresco em offshores, quando da gestão de Passos Coelho e do seu secretário dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio. Aqui também voaram elementos de identificação dos faltosos. A Mãe-de-todas-as-mães, veio louvá-lo porque transportou às costas a culpa, embora só depois de ser denunciado pelo seu antigo director-geral das Finanças, Azevedo Pereira. Para não falar nas cinquentas armas furtadas que estavam à guarda da PSP. Culparam os dois guardas que vigiavam diariamente o depósito, deixando de fora os seus superiores. Ou ainda aqueles presos fugidos da cadeia de Castelo Branco serrando as grades e dois deles em dois dias terem sido encontrados a salvo em Espanha. Isto é Portugal no seu melhor. Ou antes o paraíso apetecido por todos os mafiosos, reis depostos por roubo, empresários corruptos e políticos reformados com saborosas somas do Estado.


         - No domingo dei uma volta pelo mercado da Moita. Duas mulheres, conversavam: “Os homens têm a mania que sabem tudo e vai-se a ver não sabem nada.” A surda luta de sexos continua.