Sexta, 24.
A
nossa querida União Europeia não tardou a dar o dito pelo não dito para baixar
a temperatura partidária em Portugal que ia galopante. Agora como, de resto,
noutras alturas, veio avisar que há riscos para o sucesso da recuperação
económica, no défice, na dívida pública, no cozinhado da nacionalização da TAP,
na banca, no aumento do salário mínimo nacional, no crescente endividamento
privado, no crédito mal parado, na falta de reformas que a nossa esposa afectuosa
pretende que façamos. Tudo isto seria calamitoso de aceitar, se não
estivéssemos a falar de lixo – a classificação que tem a economia nacional no
contexto internacional. Logo, senhores governantes, humildade. Interiorizem que
não somos ninguém na Europa, nem de um verbo de encher podemos reivindicar
paridade. Portanto, chiu! (sendo a palavra onomatopeia, vai ao jeito do que se
passa no Parlamento...)
- As mimosas em flor estão por todo o
lado. Olhá-las é afastar o olhar da lama que nos cerca dia-a-dia. Vivemos
rodeados de imundice e muitos de nós nem damos conta disso. Falo dos dejectos
verborreicos, da mentira repetida, do cinismo institucionalizado, da pobreza
que repugna, da arrogância que flagela, da igualdade mentirosa da República, do
“somos todos iguais na diferença”, nas leis totalitárias que aferem da justiça
ao toque da tecla do computador, da massificação de olhos nos olhos expelindo raiva
e ódio e pior que tudo no salve-se quem puder posto que Deus nos salva a todos.