domingo, fevereiro 19, 2017

Domingo, 19.
Não estou só embora por escolha goste de estar só e não me importe de pensar pela minha cabeça, equidistante dos emplastros colectivos ou partidários. O facto é que, desossando o tema que tanta tinta tem gasto, encontrei alguém que pensa como eu e não só pensa como o diz publicamente. Respigo do Público de hoje: (...) “que um gabinete de advogados tenha redigido um decreto-lei (leia-se o que escrevi sexta-feira, 13) para isentar a então administração da CGD de entregar a declaração de património e rendimentos ao Tribunal Constitucional constitui uma enormidade típica de uma república das bananas ou uma Administração trumpista”. Quem assim fala é Vicente Jorge Silva. Eu limito-me a dar-lhe o braço para juntos meditarmos sobre esta Pátria entregue a gente esquisita, sem ideias nem ética.

         - Ontem andei a jardinar pela Avenida Luísa Todi. O tempo esteve apetitoso, um charco de sol seguia-nos para todo o lado, o corpo quase não assentava no chão. Tinha lugar uma daqueles feiras de brocantes que misturam tudo e mais alguma coisa e onde encontro invariavelmente a Luísa e o António. Devido à contenção de despesas em que me encontro por causa da prepotência da Câmara que acha que a água lhe pertence por direito divino, não tinha outra intenção que passear e desfrutar do dia. Mas os livros são mais irresistíveis que a lotaria nacional ou o euromilhões. Vai daí, regressei a casa com Une jeunesse de Patrick Modiano, Ô vous, frères humains de Albert Cohen e Méditations métaphysiques de Descartes.  

         - Quem não se lembra das celebradas, durante semanas e semanas, escutas telefónicas ao Palácio de Belém atribuídas a José Sócrates ou ao seu governo. Pois agora o “menino d´ouro”, investindo sobre o ex-professor, ex-gestor, ex-economista, ex-presidente da República e não sei se ex-excelência chama-lhes um facto histórico.


         - Não quero deixar o Público. Não quero e não quero, “prontos”! Na página 10 vem uma fotografia de três crianças trajadas como as três videntes de Fátima, tirada em Londres, transportando a do meio a coroa que coroou ontem, na Catedral de Westminster, a Virgem de Fátima neste ano do centenário das aparições. A peça é em ouro e prata, elaborada pelo meu amigo Jorge Leitão (já aqui falei inúmeras vezes dele), em Lisboa. Embora ela tenha sido encomendada pelo Apostolado Mundial, Jorge Leitão decidiu oferecê-la como já antes o pai ou o tio havia doado a primeira imagem da Virgem que se encontra na Capelinha das Aparições. Espero que a generosidade da casa Leitão e Irmão, ao Bairro Alto, sirva para ajudar os mais necessitados. A Mãe de Jesus não tem nenhuma precisão de joias e já se tem prestado demasiado às loucuras dos homens de barrete vermelho e dos políticos descrentes ou agnósticos.