terça-feira, agosto 18, 2015

Terça, 18.
Este ano, mercê do tratamento que fiz a duas figueiras, tenho-me regalado com toneladas de figos que dou, como, faço compota e ainda ficam doses consideráveis para os pássaros que espero não arranjem nenhuma diarreia. Esta manhã, como o tempo esteve ameno, fui aparando a sebe que vai aqui de casa ao portão. Trabalho difícil porque me obrigou a levantar e a baixar um sem-número de vezes. Mas é um gosto ver o efeito. Em consequência, estou com um ou dois quilos a mais. Não só devido aos figos, como aos almoços que tenho tido fora de casa respondendo a convites vários.

         - Pascal que faltou ao encontro no Nicola, apareceu no dia seguinte em Madrid segundo me contou a Annie a quem a Françoise pediu me telefonasse a obter razões. Nada tinha de novidades, a não ser a falta da sua presença sem qualquer justificação. A Annie tinha-me prevenido que ele era especial, coisa que eu sabia por já ter falado com ele algumas vezes e até almoçado em Paris. Achei-o depressivo nas duas ou três conversas que tivemos ao telefone. Parece que é o seu estado normal, atendendo à vida instável que a profissão de músico provoca.

         - Os brasileiros desceram à rua aos milhares em várias cidades pedindo a saída da presidente. A corrupção que já vem do tempo de Lula, não desarma e arrasa transversalmente a sociedade política e financeira brasileiras. O que se ouve refere milhões de milhões. A praga está por todo o lado, e é sustentada pela democracia de que todos se servem e por uma justiça nem sempre à altura. Eu tenho vindo a defender que a democracia tal qual é exercida, necessita de grande transformação. Está minada por gente de baixa condição que se apropria do poder montada na mentira, no concluiu e na passividade e cansaço das pessoas, e depois invoca o voto popular para se agarrar aos cargos, esquecendo-se que ao falharem os objectivos a que se propuseram, perderam a legitimidade.


         - Na Tailândia dois atentados em dois dias sucessivos. Não se conhece a origem dos crimes, mas o alvo parece ser o turismo. Morreram 20 pessoas e mais de cem foram feridas. As explosões rebentaram no centro chique de Bangkok. Visto a fragilidade das grandes estâncias turísticas europeias, parece que Portugal tem usufruído da desgraça alheia. Pelo menos é o que os empresários do sector em vez de ficarem calados dizem à boca cheia. Depois não se lamentem se o mesmo vier a acontecer aqui.