Segunda, 10.
Manhã inteira com o carro. Primeiro, na
oficina que o preparou para a inspecção, depois mais uma hora ao sol tórrido (quase
40 graus) para ser vistoriado. No final saíram-me do bolso 200 e poucos euros
sem que eu nem o automóvel nos tivéssemos queixado do que quer que seja. Cenas
da vida moderna que a sociedade do consumo ligado ao Estado nos empobrece
alegremente.
- Há um banqueiro que anda nas bocas do mundo. Chama-se António Simões e
acaba de ser escolhido para presidente executivo do conselho de administração
do HSBC – o maior banco europeu. Só não sei se é por ser um CEO homossexual ou
um homossexual CEO, porque as referências à sua condição sexual misturam-se nos
entusiasmos da imprensa e não sobressai a verdadeira razão que o levou a tão alto
cargo. Agora o que eu sei é que o homem não manda dizer por ninguém o que traz
travado no coração. Outro dia, ao jornal I, disse preto no branco: “O Salazar
nunca deu um tostão ao futebol. Depois do 25 de Abril quanto dinheiro deram ao
futebol?” Este é cá nos meus.
- Desta vez foi o próprio presidente da Sociedade Portuguesa de
Aterosclerose que veio à ribalta dizer de sua justiça. Com ele são já dois os
médicos que se atiram ao camarada que ousou vencer a barreira dos instalados na
comodidade farmacêutica para dizer de sua justiça, ou antes para desdizer o que
o escreveu no Público o Dr. Manuel Pinto Coelho. Tal como Roberto Palma dos
Reis, Alberto Mello e Silva não conseguiu refutar, passo a passo, o que disse a
propósito da medicação para o colesterol o primeiro clínico. O doente e os
leitores do jornal, ficariam mais esclarecidos se estes senhores através de uma
lenta e esclarecida aporia chegassem a algum resultado que nos permitisse a nós
optar pelo benefício das estatinas.
- Com o calor e o cansaço que se me abateu devido ao romance, estou
languidescido e só me sinto em forma dentro da piscina. É para lá que vou
imediatamente, sob pena de morrer numa papa. A Annie com quem falei ontem ao telefone,
perguntou-me o que ia fazer depois de terminado o livro, respondi-lhe que vou
entrar em pousio até Dezembro. O mesmo que disse à Zitó que se surpreendeu com
as brancas nestas merdelhices. Que mais? Não vindo nada a calhar, apareceu aí
de surpresa o Pascal, filho da Françoise e do saudoso Jean-Paul.