Sábado, 15.
O porto de Tianjin é o terceiro mais
importante do mundo e foi praticamente todo destruído pela explosão de
anteontem. Um dia depois ainda aconteceram detonações e em redor de muitos
quilómetros a paisagem urbana e industrial desapareceu. Alguns corpos foram
retirados do chão de cinzas. Toda a gente pede explicações para a tragédia ao
governo, mas este não as tem. As pessoas, na sequência, passaram a andar de
máscara devido aos tóxicos que pairam no ar. O hospital local está sobrelotado.
- Eis um anúncio necrológico que
vai em sentido contrário: em vez de noticiar a morte, comemora a vida na forma de
uma “missa de celebração da vida de Maria Adelaide Pinto Correia”. Também pode
ser que o mesmo anúncio cante duas vidas: a que na terra findou e a que na
eternidade tem lugar.
- Aquilo que uma entidade é é
correlativo daquilo que (ela) não é, sendo a natureza de qualquer ser – aquilo
que ele é – delimitada pela natureza daquilo que ele não é, sempre
relativamente ao que é. Por isso, o conjunto das coisas que não são é também o
das que são, sublinha José Trindade dos Santos no seu estudo sobre O Sofista na matéria que reporta ao
Não-Ser (250e, 256d-257a). Brilhante. No que diz respeito ao Logos que sempre me atraiu, encontro
mais adiante (Pág. 121) esta explicação: O
termo logos pode receber uma diversidade de traduções, que naturalmente devem
ser determinadas pelo contexto. Ao longo do breve passo (259e-264b
refere-se, claro, ao diálogo de o Hóspede de Eleia com Teeteto), o termo recebe duas traduções que se
completam. No sentido amplo, é traduzido por “discurso”; no sentido técnico de
“proposição”, por “enunciado”.
- Os portugueses, neste mês sagrado de Agosto, não obstante as eleições
que devem ter lugar em Outubro, podem respirar um pouco o ar despoluído de
banha-da-cobra apregoada pelos políticos. É já de si uma bênção. Aproveitem
porque depois é de fugir, fechar as portas, desligar as TVs ou calafetar os
ouvidos.
