Sexta, 17.
Como sabemos e sentimos na pele, a administração pública está a rebentar pelas costuras, nunca a balda foi tanta, nunca houve tantas greves a desafiar o Governo para aumentos, nunca os passageiros dos transportes públicos foram tratados como gado como há uns tempos acontece. Os barões das infra-estruturas estão à cabeça, sem que se sintam constrangidos com o comboio que vinha do Algarve esta semana tivesse perdido uma carruagem no caminho. Parece anedota e até daria um conto que adianto desde já o título: “Então rapariga, ficastes para trás?” O que não sairia daqui? O que não se poderia juntar a este facto risório e anedótico se não tivesse sido real a testemunhar em que estado operam os comboios da CP.
- A propósito de comboios. Desta vez, num a sério que parte e chega a horas, é limpo, o viajante é tratado com respeito e a empresa chama-se Fertagus. Foi anteontem. Um casal entrou: ela bonita, cabelos loiros pelos ombros; ele loiro também, nem bonito nem feio, ambos pelos vinte anos. Ela sentou-se no banco, ele ficou perto, o rosto dela a dar-lhe pela cintura dele. Às tantas escuto este diálogo: Ela: “Já viste usas as calças tão a baixo que qualquer dia vê-se tudo.” Dirijo eu o olhar, e dou com as cuecas azuis do rapaz e, de facto, já a desaparecerem ao fundo da braguilha. Responde ele: “E tu. Já vistes o decote, tens praticamente as mamas à mostra.” Confirmo eu que já tinha reparado como, de resto, é hoje comum andarem raparigas e mulheres velhas e relhas. Não tarda, temos o mulherio todo como a desportista Océane Dodin que se apresentou recentemente no preparo que a foto mostra. Dito isto, ainda iremos assistir ao desafio dos homens a exibir o trambolho à janela das cuecas. Olarila! Têm o mesmo direito. Agora que vai ser bonito, lá isso...