segunda-feira, dezembro 04, 2023

Segunda, 4.

Chamam-lhe “professor” e não sou eu que vou alterar o posto atribuído. Porque sua-excelência-professor-doutor-economista-presidente Cavaco Silva, no artigo do Público de hoje, ao atirar-se às “contas certas” do Governo socialista, fá-lo com maestria. De facto, lemos a sua prosa, ficamos a saber um pouco mais de como se deve fazer o Orçamento do Estado. Ele ataca António Costa e o seu sacristão da economia, considerando uma “armadilha” a treta das contas certas que o Governo exibe como a sua jóia da coroa. Certo o homem é viperino, ácido, vingativo mas não deixa de ter razão. As “contas certas” foram a armadilha socialista para desviar a atenção dos graves problemas do país. Sim, foram. Todavia, tudo isso já pouco interesse tem, dado que o ritmo que as coisas tomam, tudo tem importância e nada se retém do que essencial passa de Governo em Governo. Lembro-me, sobretudo no final do seu segundo mandato, quando ele apregoava que Portugal era um país sucesso, e as empresas caíam como tordos umas depois das outras. 

         - No outro lado do baile mandado, Ana Gomes, com quem noutros tempos gostei de dançar, pisa-me hoje os calos seja em que dança for. Diz a ilustre senhora que “o PS precisa de uma ruptura geracional e no modo de fazer política”, mas apoia Pedro Nuno Santos sem nunca explicar o que o distingue dos outros dois candidatos à presidência do partido. Ora, eu conheço alguns socialistas, e quanto às novas gerações pergunto à socialista Ana Gomes se me posso rir. Da boca de um ou outro, ouvi eu dizerem aos filhos que se apressassem a acabar os cursos, pois os seus camaradas bem colocados que lhes poderiam arranjar bons postos, estavam na iminência de entrar na reforma. Não entende a ex-governante, que isto está tudo minado e a prova começa logo na forma como Costa correu com José Seguro. Estamos conversados? 

         - Eu, francamente, não vejo grandes diferenças entre José Luís Carneiro e o outro (o terceiro morreu à nascença), à parte aquela campanha “à americana” de Carneiro, andar a arrastar a mulher (perdão a esposa) para todo o lado. A simpática senhora, coitada, não diz uma palavra, esboça de quando em vez um sorriso tímido, e não se percebe o papel que ela representa na cena teatral do seu gentil esposo. Jose Carneiro, não conseguiu ainda descolar; o outro é mais agressivo e convence os papalvos que se deixam facilmente convencer, porque em verdade tanto se lhes dá um como o outro. 

         - O corrupto primeiro-ministro de Israel que esteve hoje a contas com a justiça, ocupou o Sul de Gaza bombardeando a torto e a eito, morra quem tiver que morrer, que no fundo isto não é gente, é gado. A vice-presidente democrata dos EUA, numa alocução firme, já veio avisar Israel que Biden e os americanos não gostam do que vêem. Esperamos pelo que vem a seguir.