segunda-feira, dezembro 11, 2023

Segunda, 11.

Quem ouvir o homem dito de esquerda do PS e candidato a primeiro-ministro (cruzes!), pensa que o sujeito enlouqueceu, pois todo o seu discurso é de quem nunca teve pastas governativas, nem o seu partido acabou de ser corrido por indecente e má figura. O camarada Luís Carneiro, dá-me ideia que me leu, pois há uns dias que mudou de ângulo e passou a atacar frontalmente o ganancioso por poder. Ele e Costa deixaram o país na completa anarquia, voltado do avesso, mais pobre, sem autoridade do Estado, as instituições desacreditadas, não sei quantos ministros e secretários de Estado corridos por corrupção e negócios aldrabados, investimentos malbaratados, paralisado, os portuenses abandonados à morte por falta de assistência médica, habitação, dignidade. A este quadro sinistro nunca visto depois do 25 de Abril, vem juntar-se a vingança sobre o Chefe de Estado, com a choldra das cunhas para as gémeas brasileiras, num cenário do mais puro salazarismo. 

         - Esta gente não é para levar a sério e deve ser corrida o mais depressa possível, tal como aconteceu em França e está a suceder um pouco por toda a Europa. Já não há pachorra para a falsa ideologia de esquerda, que leva infelizmente aos extremos de direita, e empurra os cidadãos para a miséria. Veja-se o caso do Ministro da Educação. Levou anos a dizer que o que pediam os professores (os tais 6 anos, seis meses e não sei quantos dias) seria a ruína do país; agora, encostado ao cavalheiro de esquerda do seu partido, já admite fazer aquilo que tanto sofrimento causou aos professores, alunos e famílias e prejudicou o ensino ao ponto de Portugal ter sido apontado no estudo PISA como o país que mais baixou em várias matérias. Terá alguma credibilidade um parido destes? Vale a pena fazer confiança em tipos que só vêem o poder e nenhuma importância dão às pessoas como prova mais esta: os médicos se querem auferir 3000 euros por mês, têm de cortar nos exames e medicamentos aos seus pacientes. Que merda socialista é esta, hei!  

         - Esta manhã, deu-se o caso de ter ido fazer um electrocardiograma que a minha média ordenou. A coisa faz-se em cinco minutos, mas ao fim de meia hora ainda eu esperava pela assinatura da douta médica dona da clínica. Uma hora depois, investi sobre as funcionárias alertando-as para o ridículo da situação. Elas, coitadas, nada podiam fazer porque sua excelência estava a atender duas doentes no seu gabinete. Ameacei não voltar lá mais. O curioso foi ver os outros mansos utentes satisfeitos com o meu protesto. A um perguntei: “Porque não se indignou?” Encolheu os ombros. Este quadro é típico dos portugueses, vem de 50 anos de ditadura, e serve hoje às mil maravilhas a dita democracia. 

         - O país é governado por uma clique de iluminados, comadres, filhos e afilhados, camaradas e amigos. Ontem, esperei para ouvir o que tinha a dizer aquele senhor baixote que parlamenta na SIC, sobre o caso das duas crianças brasileiras. Eu sabia que em primeiro ele iria proteger o seu amigo Marcelo Rebelo de Sousa e foi isso que aconteceu. Por muito que ele tente manobrar o assunto, para mim ficou claro que Marcelo intercedeu pelas crianças, directa ou indirectamente. Aliás está em consonância com o seu modo trolaró de dizer e fazer as coisas. Não o fez com intenção aceito, mas que o fez não tenho dúvidas. Daí que o então secretário da Saúde, que eu tanto estimava e me parecia uma das poucas pessoas sérias do Governo, dizer, como fazem os políticos acossados pela verdade, que não se lembra de nada.