quarta-feira, dezembro 27, 2023

Quarta, 27.

A exploração atingiu alturas incomensuráveis de desprezo pela vida humana. Tudo serve, tudo se inventa para que os modernos escravos se tornem internacionais. São catadupas de cidadãos para as guerras, ou para o lucro de uns quantos, que se deslocam ao serviço do capitalismo selvagem sem rosto nem identidade. Desta vez, ao que tudo indica, foi fretado um avião cheio de homens, mulheres e crianças de várias idades, todos indianos, que descolou dos Emirados Árabes Unidos  com 303 passageiros a bordo e, numa operação de abastecimento e ante denúncia, ficou retido três dias num aeroporto de França. Falava-se em tráfico de pessoas. Depois meteu-se a política e as afirmações de Daniel Ortega, Presidente da Nicarágua, segundo o qual “os Estados Unidos são um inimigo que deve ser atingido tanto quanto possível” porque “a migração é um mecanismo de política externa e ao mesmo tempo uma oportunidade económica”. De seguida a contra resposta: “O que o governo da Nicarágua fez foi facilitar o negócio de uma rede de serviços aéreos internacionais para que as pessoas possam chegar mais rapidamente à fronteira com o México e os Estados Unidos através do território da Nicarágua como uma ponte de transição.” Como é manifesto os infelizes não contam para coisa nenhuma. 

         - A Associação República e Laicidade, veio a terreiro condenar a mensagem de Natal do patriarca de Lisboa, Rui Valério. Nada disse sobre as muitas intervenções na televisão e por todo o lado de sua eminência o bispo de Setúbal. O que disse D. Rui Valério está em consonância com o sofrimento do povo e não convém à República instalada; pelo contrário, o que afirmou o bispo de Setúbal vai na linha do blá-blá político actual. É tão simples como isto. O cinismo presidencial, segue no mesmo sentido. 

         - Não olvides, rapaz. Não olvido embora não o tenha escutado. Trata-se da “conversa em família” do primeiro-ministro. Disse sua excelência, amarguradíssimo, que aquela era a última vez que se dirigia aos portugueses porque tinha sido corrido do pedestal. Quanto a mim, peço a Deus, que seja efectivamente a finalíssima propaganda, a derradeira “confiança” num Governo que agonizou na praça pública, olhando com indiferença o povo pobre e desprezado pelo socialismo à portuguesa. O Governo que vier que venha, pura e simplesmente, para limpar a sociedade de toda a podridão em que vive atulhada. 

         - Faz frio, muito frio. Tenho tudo aceso e ouço os chineses da EDP, perdão da Su Eletricidade (quando é que nos revoltamos com esta monstruosidade de nome de um ridículo sabujo), cantar em chinês, o Hino de Portugal.