quinta-feira, dezembro 07, 2023

Quinta, 7.

Que confiança, que certezas, que futuro terá Portugal com a degradação a que chegaram as instituições-chaves? Só faltava a Presidência, que até aqui havia sido mais ou menos fiável, ter entrado também na bagunça começada com a maioria PS. Qualquer país africano ao lado do nosso, suplanta-nos largamente em idoneidade e honestidade. Chegámos ao fim. Temi quando Marcelo, referindo-se ao filho como “o Dr. Nuno Rebelo de Sousa, meu filho”. Fui ver se homem era médico – nem por sombras. Daí que a referência ao doutor da mula russa, era mais uma saloiice que para mim o enterrou. Não tenho dúvida que o Presidente da República intercedeu para que a nacionalidade das duas crianças brasileiras passasse à frente de tantas outras; que o medicamento que nos custou 4 milhões de euros foi prontamente administrado quando outras crianças (uma nos Açores) aguardavam pelo tratamento. Sim, Marcelo, à boa maneira portuguesa, meteu a clássica cunha – um crime que não pode ficar impune. Portugal, ao contrário do que nos impingem, não mudou. São os mesmos hábitos de importância e superioridade que uns quantos exercem sobre a maioria como no tempo do fascismo - o país é deles e nós somos os seus lacaios. E fez-se uma revolução para chegarmos a esta miserável situação. Meninos, bico calado quanto ao 25 de Abril sempre. É por estas e muitíssimas outras que o Chega vai liderar o país. A culpa é apenas vossa. 

         - A propósito da moda IA. que põe os pategos babacas, estas palavras do filósofo José Gil: “Temos de admitir que as máquinas não sabem e não podem criar. Poderão reproduzir obras aparentemente originais, mas faltar-lhes-á sempre a fonte de onde nasce a singularidade. Essa fonte é a indeterminação infinita, quer dizer o caos que dá vida à obra.”

         - Já agora. Outro dia na Fnac, peguei na tradução de uma obra de Gustav Flaubert. Ao ler umas quantas páginas, cheirou-me a esturro. Não as reconheci como sendo do autor de Madame Bovary. Chamei a minha amiga que sempre me atende e dei-lhe nota da impressão que acabara de viver, resposta: “Pois. Essa colecção vamos deixar de vender. Eles utilizam um corrector do ChatGPT. 

         - Disse à Annie que conto voltar em breve a Salamanca onde estivemos juntos em Maio no regresso a Paris, e logo ela começou a chorar lamentando a minha ausência no mês de Outubro como era habitual. Pobre amiga.