sexta-feira, abril 07, 2023

Sexta-feira Santa, 7.

Ucrânia em alerta contra a ofensiva russa em Bakhmut, ali se decide a importância de cada um dos contendores. Entretanto, numa viagem de negócios, Emmanuel Macron está na China acompanhado pela senhora Ursula von der Leyen que o preservará de dizer asneiras e ser banqueiro ao serviço da França. Basta ler as palavras de um e de outra, para se ver quem possui a grandeza do cargo que ocupa. Longe dali, Lula da Silva que só diz imbecilidades, sugere a Zelensky que ceda a Crimeia porque “não pode querer tudo” como se a Crimeia não pertencesse à Ucrânia. Modo fantasioso de governação à brasileira. 

         - Acabei a correcção do romance (do manuscrito até aqui escrito). Como esta cabeça não pára um segundo, decidi fazer duas partes distintas da história de Boavida Mantovani. Grosso modo, o muito que li e corrigi, agradou-me sobremaneira. Há, todavia, uma parte que penso acrescentar um pouco mais à descrição da Ilha Juliana, onde a narrativa decorre, rica em vegetação, animais e história. 

         - As greves estão em todas as organizações públicas e numa ou outra privada. O país está literalmente abandonado à fúria dos partidos que manobram com mãos de mestre os lacaios. Respeito pelo povo, pelo “nosso povo”, não há. O assalto-ensaio à democracia prossegue nas barbas do Presidente da República, enquanto o Governo se diverte com histórias de milhões e defesa patriótica da TAP. Bem faz o ex-primeiro-ministro socialista, José Sócrates, que se ausentou do país ao encontro do camarada Lula para umas férias de Páscoa tranquilas. Assim vai a república das bananas. Viva a choldra! Viva o socialismo! Viva a Justiça, a ordem e a desordem! Viva o Algarve para onde se deslocam as sardaniscas inchadas! 

         - Quando vou ao Dr. Cambeta, passo em frente à Igreja Evangélica Alemã, e sempre me lembro da Isabel da Nóbrega. Das nossas longas conversas, nunca me apercebi que professasse o catolicismo, mas sim o protestantismo. De facto, quando José Saramago começou a escrever O Evangelho Segundo Jesus Cristo, ela disse-me: “Ele não devia escrever aquilo, porque não conhece (tenho a vaga ideia de ter dito ele nunca leu) a Bíblia.” Fui consultar a obra do Nobel e dou-me conta que o derradeiro livro que ele me ofereceu dedicado pelos dois, foi a Viagem a Portugal (1981). Acontece que para um protestante a Bíblia é o mais delicado e profundo conctato com Deus. Dai, provavelmente, a sua indignação. Relendo algumas dedicatórias, dou-me conta quanto o escritor me estimava. Por isso, ainda hoje sinto tristeza por não ter feito as pazes com ele.