quinta-feira, abril 13, 2023

Quinta, 13.

Não acho que António Guterres tenha sido um secretário-geral das Nações Unidas que fique na história, mas não entendo ou não nos são facultados documentos que me levem a aceitar a argumentação dos EUA, segundo a qual, António Guterres, tem sido demasiado solícito a tentar ajudar a Rússia a melhorar a sua capacidade de exportação de cereais e fertilizantes. Para Washington algumas acções de Guterres "têm prejudicado esforços mais abrangentes para responsabilizar Moscovo pela invasão da Ucrânia". É um facto que ele levou tempo a agir e até pareceu ausente no início do conflito, mas recuperou e foi capaz de desbloquear a trágica situação dos cereais que tanta falta fazem às populações. De qualquer modo, como se trata de fuga de informação do Pentágono posta a circular na Internet, tudo pode ser refeito, cortado, acrescentado e, portanto, untado do ódio de todas as facções político-militares. 

         - O doutrinador da esquerda, Boaventura de Sousa Santos, afinal acumula uma surpreendente ganância não só política como sexual. Honra lhe seja feita na sua idade! A notícia foi dada por três ex-colegas que denunciaram os abusos na instituição onde o virtuoso senhor trabalha (Centro de Estudos Sociais) como orientador de doutoramento. Quem não aceitasse de boa vontade o assédio e mais qualquer coisinha do ilustre senhor, estava tramada porque a nota e o avanço no curso patinava. Aliás, isto não é novo. Muitas alunas e até alunos das grandes universidades, vêm-se queixando das mãozinhas marotas esquecidas nos seus corpos virgens, dos convites à dança em noites de lua cheia, dos jantares tocados a álcool, de uma ou outra viagem romântica ali para os lados da Batalha onde um amigo meu tem estalagem... Todavia, o facto mais interessante é a utilização do romance enquanto forma literária de narrativa. Aquele e outros professores que são denunciados são uma construção romanesca? Porque nenhuma das personagens da obra em causa, se chama Boaventura ou Bruno. Quem os denunciou pelos quadros físicos e psicológicos que as personagens oferecem, foram os próprios ao sentirem-se retratados: “estes somos nós”, gritaram. É muito inteligente da parte das três novas novelistas. Fico a aguardar novo romance com a chancela da Coimbra editora (em minúsculas porque nem sequer sei quem o publicou).  

         - O anafado Lula da Silva chegou à China. De lá lançou o grito de vitória: “O Brasil abriu-se, enfim, ao mundo!” Quer estar no centro desse mundo completamente dividido, a cair aos bocados, onde a humanidade prefere morrer a viver sob a inteligência de homens como ele. Depois das bacoradas sobre a situação territorial da Ucrânia, quer desenvolver negociatas com Xi Jinping. Não só ele como o infeliz banqueiro que nem o seu país é capaz de governar. Neles e um pouco por toda a Europa onde o oportunismo passeia na arrogância destes abrenúncios, todos liberais, que parecem nada ter aprendido com o que se passa nos regimes autocráticos como o russo e o chinês, para quem o Ocidente e a União Europeia são filamentos de conhecimento que vão da Inteligência Artificial ao comércio, sem esquecer a micro-electrónica, a computação e a biotecnologia hoje assaltada por tudo quanto é rei e senhor do mundo. Não percebem que não podem ser livres a comercializar com regimes que disputam entre si o domínio do mundo, depois de terem subjugado e amarrado o seu povo. Não aprenderam nada com o que veio da Rússia, obcecados como estão pelos negócios, a sua imagem, o seu poder. Entregam o povo europeu àquela máfia de ditadores, que submeteram as respectivas Constituições e para elas ditam quantos anos querem ficar no poder a enriquecer e a alimentar a canalha que os mantém. Dir-me-ão que isso de imperialismo também os americanos possuem o dom; há, contudo, uma diferença: em qualquer altura os seus povos podem inverter o rumo porque a democracia o permite, enquanto na China, Rússia, Coreia do Norte, e nos satélites países sul-americanos, não.