sábado, abril 15, 2023

Sábado, 15.

A Hungria está mais uma vez em confronto com a UE e com os blocos ditos de esquerda que assumiram para si a causa da ”igualdade de género”, não por convicção como, de resto, se viu no passado recente e em toda a história do marxismo-leninismo, mas por perda de ideologias e moda. Do que leio, mais uma vez, constato que Viktor Mihály Orbán quer defender os menores de 18 anos da cada vez mais forte influência, leia-se quase imposição, da sua escolha sexual. Devia ficar-se por aí, e não exercer repressão contra a comunidade LGBTQ (e o resto), ao ponto de qualquer cidadão poder agora alertar as autoridades, ainda por cima de forma anónima, para comportamentos que considere violar o casamento e a família, que diz estarem consignados na Constituição. Isto vai dar pano para mangas e os homossexuais vão ficar expostos a toda a sorte de arbitrariedades, enclausurando as suas vidas num inferno.   

         - Os “casos” estão transformados na forma intrínseca de ser socialista. Uma vez mais, está na berlinda o senhor Carlos Pereira, deputado, desta vez porém, por lhe ter sido perdoada pela CGD uma dívida de 66 mil euros de crédito devido a empresa da qual era avalista. O banco já veio dizer que não é verdade, cumprindo assim a verdade de desmentir como é verdade sempre acontecer.   

         - Outra da esquerda que sempre apregoa a moralidade e é exímia a encontrar fossos magnânimos de podridão nos outros, foi apanhada no mesmo lodaçal em que é mestra a combater os de mais. Trata-se da queque Mariana Mortágua. Eu confesso que até tenho simpatia pelo seu dizer, por aquele ar defunto, aquele mistério que desce do olhar invariavelmente parado, de esquerda sixties, padronizada num recuo inocente de quem pode quer e manda. Então não é que a senhorita, como tantos outros da sua espécie (salvo o honrado António José Seguro), meteu-se em ganâncias capitalistas, ganhando excessos na SIC notícias, a debitar ideias de esquerda, furando assim a exclusividade que a lei lhe impõe enquanto deputada! É certo que a viúva devolveu o dinheiro que tanta falta lhe fazia, e eu até lhe perdoaria ficando o assunto encerrado, mas tal não concorda o Ministério Público que a vai constituir arguida. É tudo tão rasca, Santo Deus! 

         - Escutei a uma mulher ao telefone na viagem de Lisboa/Pinhal Novo: “Compras um casaquinho lilás que para este tempo dá muito jeito.” A frase é deliciosa e não podia ser composta noutra língua, com a exuberância do diminutivo que só nós usamos em profusões sucessivas. 

         - O que me segura em vida e me faz vivê-la intensamente, é a crença na eternidade.