sexta-feira, setembro 13, 2019

Sexta, 13.
Se a campanha eleitoral tem decorrido dentro dos padrões civilizados e longe das arruaceiras de outros tempos, é graças ao nível, à educação, a justeza das suas intervenções, ao equilibro, à elegância, à excelência de carácter de um só homem – Jerónimo de Sousa. Fora ele, é só chinelo. É para ele que vai o meu voto a 6 de Outubro.

          - Hoje aqui foi um dia vibrante. Quando a Piedade chegou, perguntou: “Eles andam a dizer que vamos ter um dia muito quente, mas eu acho que já tivemos calor a chegar aos 40 graus e não se ouviu tanto barulho, não acha? Tem razão, Piedade. Estou de acordo consigo, mas não se esqueça que estamos em campanha eleitoral.” Depois ela atacou a muda da cama, a limpeza dos quartos, a cozinha... enquanto eu cortava os saiotes às palmeiras grandes que resistiram à pragas e às Uikas que são palmeiras anãs, plantava uma série de alfazemas em torno da piscina, regava, tudo com alguma fartança dado que amanhã terei de sair cedo para estar o dia todo em Caldas da Rainha.

         - Pode o Governo do Mágico fingir que nos protege, que eu continuo a afirmar este Verão foi dos melhores de que tenho memória. Nunca nadei tanto e tão afincadamente, a água sempre cristalina, quente qb, sob o céu azul imaculado, os fios quentes do Sol a descer em fagulhações sobre este espaço abençoado, o vento encrespando-se ao pôr-do-sol, as folhas acastanhadas a descer das árvores num pregão antecipando o Outono, as leituras deitado na chaise longue, a pele tisnada sob a macieza translúcida da capa que a envolve, a quietude a abraçar o campo, nivelando as vozes que do longe me chegam para se unirem a mim na ternura branda das vibrações do dia quando a noite docemente se instala. Pax in terra hominibus bonae voluntatis.

         - A escumalha, sim, escumalha que nos tem governado, não merece da minha parte nenhum respeito. Até aquele que se especializou a despedir pessoal por onde tem passado e ganha a dirigir um banco 50 mil por mês, até esse está enrolado em esquemas de corrupção para enriquecer o “ilustre” Pinho, aquele que pôs chifres na Assembleia Nacional. Mas não quero emporcalhar um dia que foi luminoso, protegido pela Virgem Santíssima, com histórias que os portugueses não mereciam conhecer e, sobretudo, experienciar. O João Corregedor diz-me que não devo generalizar; então que ele me indique dois ou três políticos sérios. Se foi para isto que se fez o 25 de Abril, que venha um 26 que ponha esta gentalha toda na prisão. Rapidamente e “em força”.


         - Se me é lícito aventar um resultado para as eleições de Outubro, direi que é mais uma vez a abstenção que vai vencer. Os dados estão lançados... pelos que nos governam.