segunda-feira, setembro 02, 2019

Segunda, 2.

O furacão Dorian na passagem pelas Bahamas a caminho dos EUA fez pelo menos uma morte e um número desconhecido de desaparecidos, para além do caos de destruição impressionante. Com ventos a tocar os 300 quilómetros de velocidade foi, segundo os meteorologistas, o mais violento de que há registos. Isto apesar da prevenção de um povo habituado a enfrentar a fúria destes monstros vindos de nenhures para reduzir a um monte de sucata aquilo que os habitantes levaram vidas a construir.


         - O choné do Rui veio e repartiu. Esteve aí mais duas semanas com o filho de 17 anos, um mulato lindíssimo, alto, físico trabalhado no ginásio como o pai quando tinha vinte anos. Hoje, Rui é uma ruína comparado com a sua soberba beleza que ele cuidava a exemplo deste actor que agoniza no hospital por excesso de esteroides. Com quarenta anos, arrasta os pés, tem um perfeito pneu formado na cintura, está tão gordo que o que ainda subsiste doutros tempos, apenas ligeiramente, é o sorriso e uma fugaz beleza de rosto. Ele que fazia parar o trânsito e não tinha consciência da perfeição do seu corpo, é o mesmo que diz ao coxinho, coitadinho, para não caminhar tão depressa. Que grande lição a vida nos dá, sobretudo quando subestimamos o interior em favor da aparência!


         - Estive a passar os olhos pela lista dos ricaços deputados com reformas principescas a troco de doze anos de trabalho! Do ponto de vista ético ou puramente laboral, é uma afronta ao povo português. Ainda me dizia na última discussão o Corregedor que os políticos ganham mal! Só um exemplo. A média das reformas com cerca de 400 euros ronda os 80 por cento, mas entre os deputados, repito para meia dúzia de anos, vai de 800 a 13 mil euros! Isto para não falar dos milhares de pobres que sobrevivem com reformas de 150 euros. Só José Sócrates que está a banhos lunares na Ericeira, recebe 2.372,95€, mas Corregedor bate-o em mais umas centenas de euros/mês. Todos eles não deixam o Parlamento em cadeira de rodas ou de maca ou de muletas, saem em plena saúde e vitalidade, a agenda recheada de contactos, prontos a refazer a vida profissional onde auferem o dobro da “pelintra” subvenção de deputados. E querem que eu acredite nesta democracia e vá aceitar jogar o jogo sujo das urnas? Oh! por quem sois! Se ao menos o salário mínimo e a reforma fosse metade do que eles ganham!...